Presídio foi construído em uma área rural isolada a cerca de 70 km da capital, em uma propriedade de 166 hectares; governo diz ser o maior das Américas
O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, inaugurou na terça-feira uma nova prisão com capacidade para até 40 mil reclusos, em mais uma medida em sua guerra aberta contra as gangues do país, lançada em março do ano passado.
As instalações foram construídas numa área isolada, e tem dimensões que fariam dela a maior prisão das Américas, segundo o governo. As vinte prisões do país têm atualmente capacidade para 30 mil presos.
A megaprisão, conhecida como Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), abrigará "os terroristas que tanto sofrimento causaram à população do país", segundo o governo que, em nota, rebateu as acusações da ONG Human Rights Watch (HRW) de que o local não cumpre as regras internacionais da ONU:
"A prisão cumpre as normas e protocolos de segurança necessários para garantir a ordem, controle e disciplina entre os reclusos, com o objetivo de não permitir ações ilícitas no interior ou a comunicação de membros de gangues com células terroristas que são fugitivos da justiça", afirmou.
A prisão foi construída em uma área rural isolada em um vale perto de Tecoluca, a cerca de 70 km da capital, San Salvador. A propriedade de 166 hectares conta com uma dezena de pavilhões que ocupam 23 hectares, de acordo com o ministro das Obras Públicas, Romeo Rodríguez. O local tem ainda um sistema independente de abastecimento de eletricidade e água potável.
— E a maior prisão de toda a América — confirmou o ministro.
Para garantir a segurança máxima, as celas são feitas de concreto e possuem grossas barras de aço. Além disso, a prisão conta com um muro de perímetro de 2,1 quilômetros, que será vigiado dia e noite por 600 soldados das Forças Armadas e 250 policiais.
— Qualquer pessoa pertencente a uma estrutura terrorista vai entrar neste centro de confinamento — disse o vice-ministro da Justiça e Segurança Pública, Osiris Luna, que antecipou que os internos terão que trabalhar nesta prisão.
As prisões em massa, criticadas por organizações de direitos humanos, são protegidas por um regime de emergência que autoriza prisões sem mandado, aprovado pelo Congresso a pedido de Bukele em resposta a uma escalada de violência que custou a vida de 87 pessoas de 25 a 27 de março de 2022. O Parlamento também aumentou as penas para crimes envolvendo as gangues criminosas.
Desde então, o país já registra mais de 170 mortes em decorrência das medidas repressivas. Na segunda-feira, o ministro da Justiça e Segurança, Gustavo Villatoro, confirmou que no ano passaado 92 membros de gangues morreram em confrontos com as autoridades. Além deles, mais 90 pessoas morreram nas prisões desde a adoção das medidas.
No início deste mês, Bukele anunciou que a taxa de homicídios do país em 2022 foi de 7,8 por 100 mil habitantes em 2022, a mais baixa desde que assumiu, em 2019. À época, a taxa de homicídios do país era de 38 por 100 mil habitantes, segundo dados do Ministério da Justiça e Segurança. Bukele afirmou, em meados de dezembro, que o país havia deixado de ser o mais perigoso do mundo para se tornar "o mais seguro da América Latina".
Mas se o regime de emergência, prorrogado 10 vezes pelo governo, conseguiu uma redução histórica nos homicídios e no deslocamento de gangues dos territórios, ele é altamente questionado por agências humanitárias internacionais.
A megaprisão, conhecida como Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), abrigará "os terroristas que tanto sofrimento causaram à população do país", segundo o governo que, em nota, rebateu as acusações da ONG Human Rights Watch (HRW) de que o local não cumpre as regras internacionais da ONU:
"A prisão cumpre as normas e protocolos de segurança necessários para garantir a ordem, controle e disciplina entre os reclusos, com o objetivo de não permitir ações ilícitas no interior ou a comunicação de membros de gangues com células terroristas que são fugitivos da justiça", afirmou.
A prisão foi construída em uma área rural isolada em um vale perto de Tecoluca, a cerca de 70 km da capital, San Salvador. A propriedade de 166 hectares conta com uma dezena de pavilhões que ocupam 23 hectares, de acordo com o ministro das Obras Públicas, Romeo Rodríguez. O local tem ainda um sistema independente de abastecimento de eletricidade e água potável.
— E a maior prisão de toda a América — confirmou o ministro.
Para garantir a segurança máxima, as celas são feitas de concreto e possuem grossas barras de aço. Além disso, a prisão conta com um muro de perímetro de 2,1 quilômetros, que será vigiado dia e noite por 600 soldados das Forças Armadas e 250 policiais.
— Qualquer pessoa pertencente a uma estrutura terrorista vai entrar neste centro de confinamento — disse o vice-ministro da Justiça e Segurança Pública, Osiris Luna, que antecipou que os internos terão que trabalhar nesta prisão.
As prisões em massa, criticadas por organizações de direitos humanos, são protegidas por um regime de emergência que autoriza prisões sem mandado, aprovado pelo Congresso a pedido de Bukele em resposta a uma escalada de violência que custou a vida de 87 pessoas de 25 a 27 de março de 2022. O Parlamento também aumentou as penas para crimes envolvendo as gangues criminosas.
Desde então, o país já registra mais de 170 mortes em decorrência das medidas repressivas. Na segunda-feira, o ministro da Justiça e Segurança, Gustavo Villatoro, confirmou que no ano passaado 92 membros de gangues morreram em confrontos com as autoridades. Além deles, mais 90 pessoas morreram nas prisões desde a adoção das medidas.
No início deste mês, Bukele anunciou que a taxa de homicídios do país em 2022 foi de 7,8 por 100 mil habitantes em 2022, a mais baixa desde que assumiu, em 2019. À época, a taxa de homicídios do país era de 38 por 100 mil habitantes, segundo dados do Ministério da Justiça e Segurança. Bukele afirmou, em meados de dezembro, que o país havia deixado de ser o mais perigoso do mundo para se tornar "o mais seguro da América Latina".
Mas se o regime de emergência, prorrogado 10 vezes pelo governo, conseguiu uma redução histórica nos homicídios e no deslocamento de gangues dos territórios, ele é altamente questionado por agências humanitárias internacionais.
Até agora, mais de 61 mil suspeitos de pertencerem a gangues foram presos, dentre eles cerca de 1.600 crianças e adolescentes de 12 a 17 anos, segundo um relatório da Human Rights Watch e da ONG Cristosal publicado no fim do ano passado. Entre os detidos, milhares afirmam não terem relações com as quadrilhas criminosas.
Fonte: O GLOBO
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