Ele participou de almoço do Grupo Esfera, em São Paulo, e ouviu reclamações sobre falta de crédito
Em enconto com empresários do Grupo Esfera, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que os juros elevados no Brasil têm várias razões e trata-se de um problema de todos, governo, sociedade, e Banco Central.
Ele afirmou que o crédito direcionado no país, incluindo o subsidiado, chega 42% no país, enquanto o segundo colocado tem apenas 20%, o que reduz a potência da política monetária. Também afirmou que o país tem um problema estrutural para cortar despesas, que vem de outros governos.
- O problema dos juros é de todos, do BC, da sociedade, do governo. A taxa de juro real é alta, mas tenho 42% de crédito direcionado, não só do BNDES. Se eu tiver mais crédito livre, a potência da política monetária aumenta e o juro é mais baixo. Se quer dar crédito subsidiado para todo mundo, a taxa será mais alta. E o país tem um problema estrutural para cortar despesas. O BC é só parte da solução, mas tem que ter participação do Ministério da Fazenda, Congresso - afirmou, lembrando que a taxa de juro real mas é a mais baixa dos últimos 15 anos na comparação com outros países emergentes.
Ele afirmou que a Reforma Administrativa, por exemplo, poderia ajudar a cortar a despesa obrigatória do governo como aconteceu em outros países.
Campos Neto ouviu reclamações de diferentes setores, da construção civil, à coleta de lixo e do agronegócio, sobre falta de crédito e de juros elevados, cenário que inviabiliza investimentos na produção. Campos Neto respondeu que nenhum Banco Central quer juros altos, mas é preciso observar o que é sustentável em relação ao combate à inflação.
- O custo de combater a inflação é elevado, mas o de não combater é mais alto ainda - disse.
Campos Neto afirmou que se o BC não elevasse a taxa de juros, com a memória inflacionária, o Brasil poderia ter atualmente um nível de inflação semelhante ao de países vizinhos, como a Colômbia, que está em 12%. O presidente do BC disse que a autoridade monetária tenta suavizar o ciclo de alta porque sabe que isso causa impacto no setor produtivo.
- Tentamos causar o menor impacto possível - afirmou Campos Neto.
Ele disse que a inflação alta cria mecanismos de indexação e citou o exemplo da Argentina, com aumento de pobreza brutal, causado por inflação descontrolada.
- É um imposto maligno que incide mais sobre quem tem menos recursos. Quem tem mais recursos, se protege - observou.
Ele disse que a oferta de crédito deve crescer entre 7% e 8%, segundo projeções do BC, o que é um pouco acima de outros países emergentes. Campos Neto disse que a autoridade monetária está olhando o que está acontecendo no crédito e se há alguma ruptura. Ele lembrou, entretanto, que o cenário é diferente da crise econômica de 2014 e 2015, quando o crédito nominal encolheu.
Campos Neto defendeu maior 'funding' (fonte de recursos) do mercado para direcionar ao pequeno e médio empresário. Mas lembrou que, com a pandemia e a alta dos juros, o país adiou na trajetória de oferecer mais crédito privado, inclusive internacional.
O presidente do BC disse nunca vamos ter um sistema de crédito infalível, mas o país caminha para ter mais transparência em tudo. Ele disse que o BC tem um sistema com dados em que os bancos conseguem ver a concentração de crédito em uma determinada empresa e isso poderia ter evitado casos como o da Americanas. Campos Neto defendeu que tecnoligia e digitalização são instrumentos para que o país mude de patamar em relaçaõ á tranbsparência numa velocidade exponencial.
Fonte: O GLOBO
- O problema dos juros é de todos, do BC, da sociedade, do governo. A taxa de juro real é alta, mas tenho 42% de crédito direcionado, não só do BNDES. Se eu tiver mais crédito livre, a potência da política monetária aumenta e o juro é mais baixo. Se quer dar crédito subsidiado para todo mundo, a taxa será mais alta. E o país tem um problema estrutural para cortar despesas. O BC é só parte da solução, mas tem que ter participação do Ministério da Fazenda, Congresso - afirmou, lembrando que a taxa de juro real mas é a mais baixa dos últimos 15 anos na comparação com outros países emergentes.
Ele afirmou que a Reforma Administrativa, por exemplo, poderia ajudar a cortar a despesa obrigatória do governo como aconteceu em outros países.
Campos Neto ouviu reclamações de diferentes setores, da construção civil, à coleta de lixo e do agronegócio, sobre falta de crédito e de juros elevados, cenário que inviabiliza investimentos na produção. Campos Neto respondeu que nenhum Banco Central quer juros altos, mas é preciso observar o que é sustentável em relação ao combate à inflação.
- O custo de combater a inflação é elevado, mas o de não combater é mais alto ainda - disse.
Campos Neto afirmou que se o BC não elevasse a taxa de juros, com a memória inflacionária, o Brasil poderia ter atualmente um nível de inflação semelhante ao de países vizinhos, como a Colômbia, que está em 12%. O presidente do BC disse que a autoridade monetária tenta suavizar o ciclo de alta porque sabe que isso causa impacto no setor produtivo.
- Tentamos causar o menor impacto possível - afirmou Campos Neto.
Ele disse que a inflação alta cria mecanismos de indexação e citou o exemplo da Argentina, com aumento de pobreza brutal, causado por inflação descontrolada.
- É um imposto maligno que incide mais sobre quem tem menos recursos. Quem tem mais recursos, se protege - observou.
Ele disse que a oferta de crédito deve crescer entre 7% e 8%, segundo projeções do BC, o que é um pouco acima de outros países emergentes. Campos Neto disse que a autoridade monetária está olhando o que está acontecendo no crédito e se há alguma ruptura. Ele lembrou, entretanto, que o cenário é diferente da crise econômica de 2014 e 2015, quando o crédito nominal encolheu.
Campos Neto defendeu maior 'funding' (fonte de recursos) do mercado para direcionar ao pequeno e médio empresário. Mas lembrou que, com a pandemia e a alta dos juros, o país adiou na trajetória de oferecer mais crédito privado, inclusive internacional.
O presidente do BC disse nunca vamos ter um sistema de crédito infalível, mas o país caminha para ter mais transparência em tudo. Ele disse que o BC tem um sistema com dados em que os bancos conseguem ver a concentração de crédito em uma determinada empresa e isso poderia ter evitado casos como o da Americanas. Campos Neto defendeu que tecnoligia e digitalização são instrumentos para que o país mude de patamar em relaçaõ á tranbsparência numa velocidade exponencial.
Fonte: O GLOBO
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