Uma das ideias é incluir conteúdo com representatividade para crianças negras na lista de obras didáticas e literárias distribuídas às escolas
O Ministério da Educação (MEC) trabalha na revisão do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) para incluir conteúdos que contemplem mais diversidade. Uma das ideias, por exemplo, é incluir mais crianças negras nos livros didáticos e literários que são distribuídos às escolas.
O programa foi alterado pela última vez em 2021, durante a gestão de Jair Bolsonaro.
Essa versão está sendo revisada por um grupo coordenado pela secretária de Alfabetização e Inclusão do MEC, Zara Figueiredo.
Em fevereiro, o MEC recebeu um apelo da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, para que o programa tenha mais diversidade.
— Tivemos uma reunião com o ministro da Educação, Camilo Santana, e já ficou desenhado um grupo de trabalho para pensarmos material didático, por exemplo. As crianças negras não se encontram no livro didático, ele não tem representatividade — disse Anielle à Agência Brasil.
Publicado em fevereiro de 2021, o último edital do programa de livros didáticos feito sob Bolsonaro foi duramente criticado por educadores e entidades do setor, que apontaram a retirada de temas relacionados ao respeito à diversidade. O documento excluía pontos do edital de 2019, como a proibição de veicular estereótipos e preconceitos de condição socioeconômica, regional, étnico racial, de gênero e de orientação sexual.
O intuito é incluir conteúdos com mais diversidade nas leituras obrigatórias da rede pública já no próximo ano.
— Vamos redefinir o PNLD para adaptar as histórias contadas para as crianças do nosso país — afirmou o ministro da Educação, Camilo Santana, em audiência no Senado na terça-feira.
O PNLD fica dentro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e é responsável pela distribuição de 170 milhões de exemplares, em média, para mais de 140 mil escolas públicas. O edital serve de orientação para a aquisição de obras.
Ele realiza a compra de livros didáticos em ciclos de quatro anos para cada uma das etapas de escolarização: educação infantil, anos iniciais do fundamental, anos finais do fundamental e ensino médio.
São adquiridos livros para trabalhar "Projeto de Vida"; obras didáticas por área do conhecimento (Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas); livros de formação continuada; obras literárias e conteúdos de recursos digitais.
Fonte: O GLOBO
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