Casa da advogada foi alvo de cumprimento de mandado de busca e apreensão nessa terça-feira (18). Em nota, OAB informou que acompanhou equipes da PF para garantir as prerrogativas

Um dos alvos da operação “Queda de Icarus”, deflagrada pela Polícia Federal nessa terça-feira (18) no Acre e em Goiás foi a advogada Helciria Albuquerque dos Santos Sá, que ocupa atualmente o cargo de ouvidora-geral da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Acre (OAB-AC). Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido na casa dela, em Rio Branco, e em nota ela se disse inocente.

A operação investiga crimes de corrupção, advocacia administrativa, tráfico de influência e de constituição de organização criminosa. Ao todo, três mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos estados do Acre e de Goiás.

Conforme as investigações, Helciria seria uma das advogadas que representava uma das indústrias de castanha fiscalizadas pela operação. Na nota, a advogada disse que não está no estado e que ainda não recebeu informações completas sobre o objeto da investigação em curso. (Veja nota completa abaixo).

“Contando com mais de 28 anos de advocacia, ocupei diversos cargos ao longo de minha trajetória profissional, sempre me pautando pela ética e pelo profissionalismo em meus trabalhos e não há qualquer objeto de investigação que me cause temor nesse momento, vez que jamais atuei à margem da lei”, disse Helciria.

A OAB-AC informou que acompanhou as equipes da PF para garantir as prerrogativas da advogada alvo da operação, conforme solicitação da PF.

“Todos os procedimentos relacionados ao cumprimento da busca e apreensão foram devidamente acompanhados por representantes desta Seccional. A OAB/AC reforça seu compromisso com a defesa das prerrogativas funcionais da advocacia e da atividade profissional do advogado, e continuará acompanhando o caso, fornecendo o suporte necessário à advogada envolvida. É fundamental garantir a observância dos princípios do contraditório e da ampla defesa, pilares fundamentais de nossa Constituição, em todos os casos”, afirmou na nota.

Denúncias

A Polícia Federal do Acre informou que o inquérito começou após denúncias de cobrança de valores por um servidor público para intervir na liberação de produtos apreendidos por irregularidades nas indústrias de castanhas situadas no estado do Acre.

O material apreendido na operação deve passar por análise da equipe de investigação e perícia criminal, podendo surgir novos fatos e pessoas investigadas.

Nota da advogada na íntegra

Na manhã de hoje, 18 de julho, tomei conhecimento da execução de mandado de busca e apreensão em minha residência, na cidade de Rio Branco – AC, por parte da Polícia Federal.

Surpreendida com a notícia, uma vez que me encontro fora do estado, busquei informações acerca do objeto da investigação em curso, que ainda não foi totalmente repassada aos meus representantes, porém, claramente já foram repassadas para a imprensa.

Contando com mais de 28 anos de advocacia, ocupei diversos cargos ao longo de minha trajetória profissional, sempre me pautando pela ética e pelo profissionalismo em meus trabalhos e não há qualquer objeto de investigação que me cause temor nesse momento, vez que jamais atuei à margem da lei.

Assim, a despeito de qualquer especulação, buscarei informações e apresentarei as medidas necessárias de forma a garantir a obtenção da verdade real acerca dos fatos, não somente em homenagem a minha trajetória profissional e pessoal, como também a necessária demonstração da verdade, voltando a me manifestar quando pertinente e necessário.

Helciria Albuquerque

Nota da OAB-AC

A OAB/AC vem a público manifestar-se sobre os fatos ocorridos na manhã de hoje (18), na operação denominada “Queda de Icarus“, deflagrada pela Polícia Federal nos Estados do Acre e Goiás, com o cumprimento de mandados de busca e apreensão na residência de uma advogada inscrita nesta seccional.

A Polícia Federal solicitou à Seccional Acre da OAB que designasse representantes para garantir as prerrogativas da advogada alvo da operação, e essa solicitação foi prontamente atendida, com a designação de uma equipe para acompanhar os trabalhos. Todos os procedimentos relacionados ao cumprimento da busca e apreensão foram devidamente acompanhados por representantes desta Seccional, conforme previsto no art. 7º, § 6º do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil.

A OAB/AC reforça seu compromisso com a defesa das prerrogativas funcionais da advocacia e da atividade profissional do advogado, e continuará acompanhando o caso, fornecendo o suporte necessário à advogada envolvida. É fundamental garantir a observância dos princípios do contraditório e da ampla defesa, pilares fundamentais de nossa Constituição, em todos os casos.

Fonte: G1/AC