Após anúncio de Valdemar Costa Neto, Carlos Jordy (PL-RJ) pediu ao presidente do partido para que o parlamentar fique na sigla sem recursos

Após o presidente nacional do Partido Liberal (PL) ter anunciado o pedido de abertura de um procedimento interno para expulsar Yury do Paredão (PL-CE), o bolsonarista Carlos Jordy (PL-RJ) fez um apelo ao líder da sigla. De acordo com o parlamentar, ao expulsar Yury, Valdemar Costa Neto estará fazendo o que ele deseja, já que não perderá o seu mandato.

Como alternativa, Jordy propôs que o presidente do PL mantenha o deputado no quadro, mas sem recursos: " A melhor alternativa seria deixá-lo no sal: sem comissões, sem fundo e sem diretórios. Um morto-vivo no PL. E, se ele tentar sair do partido, perderá o mandato. Avalie", escreveu o deputado fluminense.

Nesta segunda-feira, a coluna do jornalista Paulo Cappelli, no portal Metrópoles, teve acesso a uma fotografia de Yury do Paredão "fazendo o L" em agenda na última quinta-feira com ministros de Lula — Paulo Pimenta (Comunicação Social) e Waldez Góes (Desenvolvimento Regional). Após a fotografia vir à tona, Valdemar Costa Neto anunciou o pedido de expulsão.

Na sexta-feira, o próprio Yury publicou registros da agenda. Na ocasião, ele presenteou os dois integrantes do primeiro escalão do governo Lula com images do padre Cícero.

Recentemente, há duas semanas, o parlamentar pediu licença do seu mandato. Para a Câmara dos Deputados, ele solicitou nesta quarta-feira o afastamento por quatro meses para "tratar de interesse particular".

Em maio deste ano, Yury do Paredão já havia desagradado os dirigentes do partido ao comparecer a um evento com Lula. Desde o início de seu mandato, o parlamentar fez acenos ao governo federal. Em fevereiro deste ano, quando o Planalto articulava para evitar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos ataques golpistas do dia 8 de janeiro, ele chegou a retirar sua assinatura do requerimento.

— Tenho uma posição de independência do PL, sempre estive aberto ao diálogo e focado principalmente na democracia. Com certeza terei discordâncias com qualquer governo, mas a política tem que performar em cima de pautas. Ser oposição ferrenha vai atrapalhar o andamento das melhorias — disse em entrevista.


Fonte: O GLOBO