Em entrevista ao GLOBO publicada nesta sexta, ministra criticou a postura de parte dos parlamentares em relação à área que comanda
A ministra é alvo de reclamações, inclusive internamente no governo, por manter uma relação mais distante do Parlamento. Entre as reclamações que vieram à tona após as declarações de Marina estão a de que ela está na “contramão” do governo e quis “ganhar poder”.
Em entrevista ao GLOBO publicada nesta sexta-feira, Marina afirmou que o esvaziamento da pasta promovido por deputados e senadores na tramitação da Medida Provisória (MP) dos Ministérios foi consequência da falta de aderência da base ao assunto, e não decorrência de concessão feita pelo governo ao Centrão.
Em entrevista ao GLOBO publicada nesta sexta-feira, Marina afirmou que o esvaziamento da pasta promovido por deputados e senadores na tramitação da Medida Provisória (MP) dos Ministérios foi consequência da falta de aderência da base ao assunto, e não decorrência de concessão feita pelo governo ao Centrão.
Ela acrescentou que houve “falta de compreensão” e que há no Congresso “uma parte negacionista, que acha que não tem problema de mudança climática e de desmatamento”. Ainda de acordo com Marina, “infelizmente” a base do governo é de “mais ou menos 150 deputados” para temas de meio ambiente, direitos humanos, questão indígena, direitos das mulheres e políticas de juventude e de cultura.
Líder do MDB na Câmara e relator da MP dos Ministérios, o deputado Isnaldo Bulhões (AL) disse que todas as mudanças no texto foram feitas em acordo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda segundo o parlamentar, a inconformidade da ministra se deve ao fato de ela querer “ampliar os seus poderes”.
— Marina está totalmente equivocada. Se ela acha que houve esvaziamento, não está na mesma página do governo. Ela fala que há falta de compreensão do Congresso. Isto pode existir, sim, mas de uma pequena parcela radical.
Isnaldo afirma que nunca teve dificuldade em conversar com Marina, mas diz que o posicionamento da titular do Meio Ambiente é fruto de “disputa de poder”.
— Não posso reclamar de falta de debates com a Marina. Mas a interpretação de esvaziamento não é real e é prejudicial para o país. Todas as ações de preservação ambiental foram mantidas no texto. Só não pode uma ministra do Meio Ambiente achar que pode ser responsável pela estrutura de segurança hídrica, um dos objetivos dela. Isso é atribuição histórica do Ministério da Integração, que tem condições e verbas para tal.
A tramitação da MP dos Ministérios foi um dos pontos de maior tensão da relação entre Executivo e Legislativo neste ano. Houve risco de a medida não ser aprovada, o que amarraria Lula à estrutura de gestão deixada por Jair Bolsonaro.
Líder do MDB na Câmara e relator da MP dos Ministérios, o deputado Isnaldo Bulhões (AL) disse que todas as mudanças no texto foram feitas em acordo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda segundo o parlamentar, a inconformidade da ministra se deve ao fato de ela querer “ampliar os seus poderes”.
— Marina está totalmente equivocada. Se ela acha que houve esvaziamento, não está na mesma página do governo. Ela fala que há falta de compreensão do Congresso. Isto pode existir, sim, mas de uma pequena parcela radical.
Isnaldo afirma que nunca teve dificuldade em conversar com Marina, mas diz que o posicionamento da titular do Meio Ambiente é fruto de “disputa de poder”.
— Não posso reclamar de falta de debates com a Marina. Mas a interpretação de esvaziamento não é real e é prejudicial para o país. Todas as ações de preservação ambiental foram mantidas no texto. Só não pode uma ministra do Meio Ambiente achar que pode ser responsável pela estrutura de segurança hídrica, um dos objetivos dela. Isso é atribuição histórica do Ministério da Integração, que tem condições e verbas para tal.
A tramitação da MP dos Ministérios foi um dos pontos de maior tensão da relação entre Executivo e Legislativo neste ano. Houve risco de a medida não ser aprovada, o que amarraria Lula à estrutura de gestão deixada por Jair Bolsonaro.
Parlamentares fizeram alterações no texto e retiraram competências do Meio Ambiente. O Cadastro Ambiental Rural (CAR), por exemplo, foi deslocado para o Ministério da Gestão, enquanto a Agência Nacional de Águas (ANA) ficou com a pasta da Integração Nacional, que tem à frente Waldez Góes, indicado pelo União Brasil.
Posteriormente, Lula, por meio de decreto, restabeleceu algumas atribuições, como funções relacionadas à gestão da água e do saneamento.
O senador Lucas Barreto (PSD-AP) também criticou o posicionamento de Marina. Integrante da bancada do Amapá, que reúne representantes que já entraram em choque com a pasta após o Ibama negar licença para a Petrobras explorar petróleo na foz do rio Amazonas, ele considera que a ministra se distanciou da realidade da região.
— Negacionista é quem morou na Amazônia e saiu. É muito fácil viver fora. Ela já se elegeu por São Paulo, e lá ela consegue ter outra vida — afirmou Barreto.
'É religião'
Assim como o MDB, o PSD também está à frente de três ministérios na Esplanada. O impasse em torno da concessão da licença gerou antagonismo também com o líder do União Brasil no Senado, Davi Alcolumbre (AP), e foi a gota d’água para o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), deixar a Rede, sigla de Marina.
O senador do PSD, e outros nomes da bancada do Amapá, como Alcolumbre e Randolfe antagonizam com a ministra porque desejam autorização para a Petrobras explorar petróleo em uma área que abrange a costa do Amapá.
No União Brasil, que também ocupa três ministérios, o senador Márcio Bittar (AC) ironizou Marina. Apesar de pertencer à legenda que integra a base aliada, o parlamentar é mais alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
— Marina trata o meio ambiente como uma religião. Quando ela declara no exterior que no Brasil tem 120 milhões de famintos, sem nenhuma evidência, eu poderia chamá-la de negacionista?
Em janeiro, em Davos, a ministra afirmou que havia 120 milhões de pessoas passando fome no Brasil, dado que não se sustenta. No dia seguinte, ela corrigiu a informação e deu o número de 33 milhões, com base Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.
Posteriormente, Lula, por meio de decreto, restabeleceu algumas atribuições, como funções relacionadas à gestão da água e do saneamento.
O senador Lucas Barreto (PSD-AP) também criticou o posicionamento de Marina. Integrante da bancada do Amapá, que reúne representantes que já entraram em choque com a pasta após o Ibama negar licença para a Petrobras explorar petróleo na foz do rio Amazonas, ele considera que a ministra se distanciou da realidade da região.
— Negacionista é quem morou na Amazônia e saiu. É muito fácil viver fora. Ela já se elegeu por São Paulo, e lá ela consegue ter outra vida — afirmou Barreto.
'É religião'
Assim como o MDB, o PSD também está à frente de três ministérios na Esplanada. O impasse em torno da concessão da licença gerou antagonismo também com o líder do União Brasil no Senado, Davi Alcolumbre (AP), e foi a gota d’água para o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), deixar a Rede, sigla de Marina.
O senador do PSD, e outros nomes da bancada do Amapá, como Alcolumbre e Randolfe antagonizam com a ministra porque desejam autorização para a Petrobras explorar petróleo em uma área que abrange a costa do Amapá.
No União Brasil, que também ocupa três ministérios, o senador Márcio Bittar (AC) ironizou Marina. Apesar de pertencer à legenda que integra a base aliada, o parlamentar é mais alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
— Marina trata o meio ambiente como uma religião. Quando ela declara no exterior que no Brasil tem 120 milhões de famintos, sem nenhuma evidência, eu poderia chamá-la de negacionista?
Em janeiro, em Davos, a ministra afirmou que havia 120 milhões de pessoas passando fome no Brasil, dado que não se sustenta. No dia seguinte, ela corrigiu a informação e deu o número de 33 milhões, com base Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.
Nesta semana, relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) apontou que a insegurança alimentar se agravou na pandemia e atingiu 70,3 milhões no período entre 2020 e 2022. Deste total, 21,1 milhões possuem insegurança alimentar severa, ou seja, ficaram sem comida por um ou mais dias.
Fonte: O GLOBO
Fonte: O GLOBO
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