Críticos de José Guimarães afirmam que deputado quer alavancar candidatura ao Senado; para aliados, proximidade com presidente da Casa é útil
Mesmo em episódios em que Lira entrou em embates com o governo, como na tentativa de extinção da Fundação Nacional da Saúde (Funasa) e na cobrança para acelerar a nomeação de cargos e liberação de emendas, o parlamentar petista optou por ficar ao lado dele, e não dos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil).
Há no horizonte desta semana um novo momento de atrito entre a Câmara e Planalto, na votação do arcabouço fiscal, que foi aprovado pelo Senado com alterações e voltará à Casa.
Há no horizonte desta semana um novo momento de atrito entre a Câmara e Planalto, na votação do arcabouço fiscal, que foi aprovado pelo Senado com alterações e voltará à Casa.
Em uma crítica indireta aos deputados governistas, Padilha disse que os senadores fizeram o que os deputados não conseguiram, ao excluir o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) do limite de gastos. Guimarães, por sua vez, retrucou minimizando problemas se a Casa reverter as alterações:
— Se pudermos manter o feito no Senado, melhor para o governo, mas isso também não é o fim do mundo.
Durante a transição, o deputado alimentou o desejo de ser o ministro responsável pela articulação política, cargo que ficou com Padilha.
A votação da Câmara que levou à volta da Funasa é um exemplo. Extinguir a estrutura interessava ao MDB, já que o ministro das Cidades, Jader Filho, filiado à sigla, absorveria suas principais funções. Agora, o órgão ficará sob o Ministério da Saúde, e a tendência é que o PP de Lira o comande.
O ministro da Casa Civil defendeu diversas vezes que a Funasa fosse extinta. Já Guimarães liberou os deputados da base na votação.
Críticos apontam que sua proximidade com Lira se reflete na divisão de cargos. Responsável por organizar as indicações da bancada do Ceará, ele contemplou o União Brasil com postos na Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).
— Se pudermos manter o feito no Senado, melhor para o governo, mas isso também não é o fim do mundo.
Durante a transição, o deputado alimentou o desejo de ser o ministro responsável pela articulação política, cargo que ficou com Padilha.
A votação da Câmara que levou à volta da Funasa é um exemplo. Extinguir a estrutura interessava ao MDB, já que o ministro das Cidades, Jader Filho, filiado à sigla, absorveria suas principais funções. Agora, o órgão ficará sob o Ministério da Saúde, e a tendência é que o PP de Lira o comande.
O ministro da Casa Civil defendeu diversas vezes que a Funasa fosse extinta. Já Guimarães liberou os deputados da base na votação.
Críticos apontam que sua proximidade com Lira se reflete na divisão de cargos. Responsável por organizar as indicações da bancada do Ceará, ele contemplou o União Brasil com postos na Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).
Já o deputado Domingos Neto (PSD) ficou com a superintendência da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf); e AJ Albuquerque (PP), com a coordenação estadual do Dnocs. Ambos são aliados de Lira.
'Herói'
Do outro lado, o deputado José Airton Cirilo (PT-CE) se queixa da falta de espaço e ameaçou se declarar “independente”. E houve mal-estar com o PSB, que emplacou um indicado na Companhia das Docas do estado, mas o viu sair um mês depois para dar lugar a Lúcio Gomes, irmão do senador Cid Gomes (PDT-CE) e do ex-ministro Ciro Gomes.
Deputados governistas dizem que, ao distribuir cargos para União Brasil, PP e PSD, Guimarães busca apoio para disputar o Senado em 2026.
Em outro aceno a Lira em um momento crítico para o Planalto, quando a Câmara emparedou o governo na votação da MP dos ministérios, Guimarães endossou a reclamação de que alguns ministros têm sido lentos nas respostas às demandas de parlamentares. Em retribuição, Lira, que já fez críticas a Padilha e Rui Costa, disse que ele tem sido um “herói” na articulação.
O petista já era próximo de Lira no governo Bolsonaro e foi um dos primeiros no PT a defender o apoio do governo à sua reeleição no comando da Casa. Parlamentares atribuem à influência de Lira sobre Guimarães e sobre o líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR), por exemplo, a exclusão do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) da CPI do 8 de Janeiro.
O chefe da Casa é próximo também de Zeca Dirceu, líder do PT na Câmara, e do deputado Odair Cunha (MG), que deverá suceder o colega no posto em 2024.
— É bom para o governo ter o líder próximo do presidente da Câmara. Seria ruim se não fosse assim — avalia o deputado Jilmar Tatto (PT-SP).
Guimarães, que na semana passada posou para foto ao lado de Padilha e Rui Costa, nega que haja rivalidade:
— Os dois ministros com quem converso todo dia são o Padilha e o Rui. Não tem areia na relação. Eu mesmo fiz esforço para colocar o Rui também no diálogo com os líderes e o presidente da Casa. Acho que está fluindo bem. Na minha humildade, você acha que tem um melhor líder do que eu aqui na Câmara?
Fonte: O GLOBO
'Herói'
Do outro lado, o deputado José Airton Cirilo (PT-CE) se queixa da falta de espaço e ameaçou se declarar “independente”. E houve mal-estar com o PSB, que emplacou um indicado na Companhia das Docas do estado, mas o viu sair um mês depois para dar lugar a Lúcio Gomes, irmão do senador Cid Gomes (PDT-CE) e do ex-ministro Ciro Gomes.
Deputados governistas dizem que, ao distribuir cargos para União Brasil, PP e PSD, Guimarães busca apoio para disputar o Senado em 2026.
Em outro aceno a Lira em um momento crítico para o Planalto, quando a Câmara emparedou o governo na votação da MP dos ministérios, Guimarães endossou a reclamação de que alguns ministros têm sido lentos nas respostas às demandas de parlamentares. Em retribuição, Lira, que já fez críticas a Padilha e Rui Costa, disse que ele tem sido um “herói” na articulação.
O petista já era próximo de Lira no governo Bolsonaro e foi um dos primeiros no PT a defender o apoio do governo à sua reeleição no comando da Casa. Parlamentares atribuem à influência de Lira sobre Guimarães e sobre o líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR), por exemplo, a exclusão do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) da CPI do 8 de Janeiro.
O chefe da Casa é próximo também de Zeca Dirceu, líder do PT na Câmara, e do deputado Odair Cunha (MG), que deverá suceder o colega no posto em 2024.
— É bom para o governo ter o líder próximo do presidente da Câmara. Seria ruim se não fosse assim — avalia o deputado Jilmar Tatto (PT-SP).
Guimarães, que na semana passada posou para foto ao lado de Padilha e Rui Costa, nega que haja rivalidade:
— Os dois ministros com quem converso todo dia são o Padilha e o Rui. Não tem areia na relação. Eu mesmo fiz esforço para colocar o Rui também no diálogo com os líderes e o presidente da Casa. Acho que está fluindo bem. Na minha humildade, você acha que tem um melhor líder do que eu aqui na Câmara?
Fonte: O GLOBO
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