Perícia em celular do senador revela conversas com ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-deputado Daniel Silveira
Do Val é investigado pela atuação na suposta trama golpista. Para a PF, a interlocução com os Estados Unidos não era verdadeira.
Na conversa com Silveira, o senador diz que foi necessário fazer o relato à "inteligência americana" devido à “outra função” que exercia — do Val afirma com frequência que já foi instrutor da Swat, grupo de elite da polícia dos Estados Unidos. "É possível que do Val tenha dito tal afirmação apenas como um “blefe”, diz trecho do relatório da PF, ao qual O GLOBO teve acesso.
A troca de mensagens entre Do Val e Silveira ocorreu nos dias 13 e 14 de dezembro do ano passado. A conversa ocorreu dentro de um contexto em que, segundo Do Val afirmou em fevereiro à revista Veja, Silveira teria tentado convencê-lo a gravar Moraes, com o intuito de provocar um fato capaz de anular o resultado da eleição que deu a vitória a Lula. Segundo esta versão, o então presidente Jair Bolsonaro participou de uma dessas reuniões, no Palácio da Alvorada.
Do Val já deu informações contraditórias após o episódio vir à tona, passou a ser investigado e, no mês passado, foi alvo de uma operação da PF que cumpriu mandados de busca e apreensão. Ele pediu licença do mandato no Senado. Bolsonaro prestará depoimento hoje no inquérito que apura a suposta trama golpista.
A apresentação de versões conflitantes também foi verificada pela PF após a análise do teor das mensagens de WhatsApp.
“A atuação de caráter absolutamente ambíguo de Marcos do Val, que parecia valer-se de prints de conversas com as mais altas autoridades da República para, colocando-as umas contra as outras, angariar prestígio pessoal e político”, pontua o relatório.
Mensagens com Bolsonaro
Um novo contato entre os dois ocorreu apenas em fevereiro, quando Do Val informou Bolsonaro que havia sido procurado pela Veja para falar sobre a suposta trama golpista. O senador, então, envia prints de conversas com Silveira e Moraes. Em resposta, Bolsonaro envia um texto curto: “Coisa de maluco".
Na manhã de 9 de dezembro, dia seguinte ao encontro entre Do Val e Bolsonaro, há uma troca de mensagens entre os dois. O senador responde um texto que trazia uma longa lista de políticos bolsonaristas que respondem a ações no TSE com uma longa mensagem: “Bom dia, presidente. Foi um grande prazer estar com você ontem.
Fonte: O GLOBO
Na conversa com Silveira, o senador diz que foi necessário fazer o relato à "inteligência americana" devido à “outra função” que exercia — do Val afirma com frequência que já foi instrutor da Swat, grupo de elite da polícia dos Estados Unidos. "É possível que do Val tenha dito tal afirmação apenas como um “blefe”, diz trecho do relatório da PF, ao qual O GLOBO teve acesso.
A troca de mensagens entre Do Val e Silveira ocorreu nos dias 13 e 14 de dezembro do ano passado. A conversa ocorreu dentro de um contexto em que, segundo Do Val afirmou em fevereiro à revista Veja, Silveira teria tentado convencê-lo a gravar Moraes, com o intuito de provocar um fato capaz de anular o resultado da eleição que deu a vitória a Lula. Segundo esta versão, o então presidente Jair Bolsonaro participou de uma dessas reuniões, no Palácio da Alvorada.
Do Val já deu informações contraditórias após o episódio vir à tona, passou a ser investigado e, no mês passado, foi alvo de uma operação da PF que cumpriu mandados de busca e apreensão. Ele pediu licença do mandato no Senado. Bolsonaro prestará depoimento hoje no inquérito que apura a suposta trama golpista.
A apresentação de versões conflitantes também foi verificada pela PF após a análise do teor das mensagens de WhatsApp.
“A atuação de caráter absolutamente ambíguo de Marcos do Val, que parecia valer-se de prints de conversas com as mais altas autoridades da República para, colocando-as umas contra as outras, angariar prestígio pessoal e político”, pontua o relatório.
Mensagens com Bolsonaro
Um novo contato entre os dois ocorreu apenas em fevereiro, quando Do Val informou Bolsonaro que havia sido procurado pela Veja para falar sobre a suposta trama golpista. O senador, então, envia prints de conversas com Silveira e Moraes. Em resposta, Bolsonaro envia um texto curto: “Coisa de maluco".
Na manhã de 9 de dezembro, dia seguinte ao encontro entre Do Val e Bolsonaro, há uma troca de mensagens entre os dois. O senador responde um texto que trazia uma longa lista de políticos bolsonaristas que respondem a ações no TSE com uma longa mensagem: “Bom dia, presidente. Foi um grande prazer estar com você ontem.
Dá pra ver no seu olhar um desejo impressionante de ajudar o Brasil. Independente de qualquer situação, estarei ombreado com você. Durante os quatro últimos anos, não fiquei mais próximo porque sei que isso sufoca e não queria trazer mais trabalho”. Bolsonaro foi lacônico na resposta: "Um abraço".
Fonte: O GLOBO
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