Ao todo, 24 pessoas foram presas na Espanha, Portugal e Brasil; imóveis, carros e relógios de luxo estão entre bens apreendidos

A Agência da União Europeia para a Cooperação Policial (Europol) anunciou, nesta quinta-feira, ter desmantelado uma rede de narcotráfico comandada por brasileiros residentes na Espanha que introduzia cocaína no continente europeu. A Polícia Federal, a Guarda Civil espanhola e a Polícia Judiciária Portuguesa participaram da operação, batizada de Terminus, que teve entre seus alvos um policial militar e um oficial do Exército Brasileiro.

A operação resultou na prisão de 24 pessoas na Espanha, Portugal e Brasil, e na apreensão de 803 quilos de cocaína, 1,7 quilos de metanfetamina, 60 quilos de haxixe e 116 mil euros (cerca de R$ 621 mil) em dinheiro vivo. Armas de fogo, munições, drones, relógios de luxo e carteiras de criptomoedas também foram apreendidas. Na Espanha, foram confiscados também sete imóveis e 12 veículos de luxo, avaliados em 2,5 milhões de euros (R$ 13,3 milhões).

A operação teve início em junho de 2022, quando a Guarda Civil tomou conhecimento da presença na província de Málaga de um brasileiro apontado como mandante do assassinato de um advogado paulista em 2019. Esse homem, de acordo com as autoridades, atuava ajudando a introduzir cocaína na Espanha.

Em seguida, as autoridades espanholas souberam de outros dois brasileiros, oficiais da Polícia Militar e do Exército, que também atuavam na organização e planejavam trazer um novo carregamento de cocaína por Portugal. No final do mesmo mês, 320 quilos de cocaína foram encontrados em um contêiner de açaí apreendido no porto português de Sine.

De acordo com a Guarda Civil, ao longo dos últimos meses uma série de ações foram feitas para atingir os membros da organização. Em maio, vinte mandados foram cumpridos na Espanha e quatro em Portugal, resultando em 17 prisões. Ao todo, 73kg de metanfetamina, cinco armas de fogo e mais de 116 mil euros foram apreendidos na ocasião.

Antes, em 5 de outubro do ano passado, 22 buscas domiciliares foram cumpridas na cidade de Belém, no Pará. Sete pessoas foram presas, incluindo o policial militar identificado em junho pela Guarda Civil espanhola em Málaga.

O outro militar brasileiro envolvido na rede de narcotráfico também era vigiado pelas autoridades da Espanha. As forças de segurança do país descobriram que ele pretendia adquirir uma embarcação para trazer um carregamento de 483 quilos de cocaína de Belém para a Europa. A droga acabou interceptada pela PF ainda em setembro. Após esse episódio, o militar decidiu retornar ao Brasil e acabou preso ao chegar em um aeroporto no Rio de Janeiro.


Fonte: O GLOBO