Família chegou ao Acre no último dia 15. O dentista Joaquim Barreto viajava com o avô na infância e, como homenagem, comprou um carro igual e já visitou 19 estados e quatro países com a esposa e os filhos
Esposa, marido, duas crianças, um carro de 1977 restaurado, e um sonho. É assim que uma família do interior de Goiás viaja por estradas de todo o Brasil desde 2019. Eles já passaram por quatro países diferentes e no último sábado (15) chegaram a Rio Branco para acrescentar o décimo nono estado brasileiro ao mapa deles.
O dentista Joaquim Barreto conta que desde a infância fez viagens com a família, especialmente com o avô. Há quatro anos, o avô faleceu e em homenagem a ele e às memórias das viagens, Barreto decidiu comprar um carro igual ao que o avô usava e começar as próprias aventuras.
As aventuras são postadas em um canal no Youtube e também em um perfil no Instagram, com o nome Pelo Brasil de 147.
Além de Barreto, viaja a esposa dele, Jaqueline Alarcão, e os filhos do casal, Enzo Gabriel, de 10 anos, e João Pedro, de seis anos. Eles aproveitam principalmente o período de férias das crianças para pegar a estrada.
“Minha esposa topou, e a gente tem feito todas essas viagens homenageando meu avô. Já foram dezenove estados e quatro países agora, incluindo Peru e Bolívia. As viagens são feitas sempre que possível.
A gente não tem uma vida na viagem ainda, uma vida na estrada, porque os meninos estudam. Férias, geralmente, igual agora, a gente viaja durante os trinta dias. Mas feriados, finais de semana, a gente sempre tá fazendo algum passeio mais perto, mas o nosso foco maior mesmo são as férias. Nas férias do ano passado a gente foi para o Uruguai, e nessa agora a gente foi para o Peru”, conta.
'Estado maravilhoso'
Nas contas da família, eles já viajaram 66 mil quilômetros. Do Acre, atravessaram a fronteira e chegaram ao Peru, mas não foram além de Puerto Maldonado, pois ficaram receosos por conta de conflitos que acontecem na região.
Barreto conta que foram bem recebidos no Acre, e acharam as pessoas carismáticas e acolhedoras. As belezas naturais também chamaram a atenção da família, que visitou florestas e fez um passeio de barco no Rio Acre.
“Bobo quem pensa que o Acre não é um estado muito maravilhoso. A gente foi muito bem acolhido no Acre, nunca fomos tão bem tratados como a gente foi no Acre. A gente teve muito respaldo. Às vezes, lá na nossa região, a gente não tem o merecido respeito, porque a gente faz realmente uma coisa muito difícil, viajar num carro de 1977. Então, realmente o que mais me chamou atenção no Acre é que, além das belezas naturais que tem, é o povo. O povo é muito carismático, muito acolhedor e deixou a gente muito emocionado por tudo que o povo acreano fez pela gente”, ressalta.
Satisfação e legado
Para Barreto, além de uma homenagem às memórias de infância, as viagens são uma oportunidade de fortalecer os laços entre a família. Ele destaca as dificuldades enfrentadas durante as aventuras, e considera os trajetos uma conquista.
“A gente está mostrando que, mesmo com pouco, num carro antigo, espaço ilimitado, a gente consegue fazer as viagens em família e criar memórias, porque a partir das memórias que eu tive com meu avô, que partiu, lembro disso e fico emocionado por tudo aquilo que eu fiz no passado”, conta.
Ainda conforme Barreto, a importância de criar memórias com os filhos é ainda maior no caso da família dele, já que os dois garotos são adotados. O objetivo dele é que as crianças sempre lembrem do pai como um aventureiro.
“Então, quero deixar pros meus filhos depois que eu partir que o pai era aventureiro, que fizemos muitas viagens juntos. Isso que faz valer a pena pra gente, temos uma história muito bonita com nossos, porque os dois são adotados, são filhos de coração. Temos toda uma história com eles também”, finaliza.
Família vem do interior de Goiás e costuma viajar durante as férias dos filhos — Foto: Arquivo pessoal
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