O alerta vermelho sobre as eleições municipais de 2024 acendeu no PL, partido de Jair Bolsonaro. Tem chamado a atenção de integrantes da sigla o movimento de lideranças políticas experientes em direção ao centro, e não ao bolsonarismo.
O gesto mais recente foi o do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que busca ser o candidato apoiado pelo PL e se colocar como o nome da direita na disputa. Ao participar de um almoço com empresários que teve a presença de Bolsonaro, na quarta-feira, Nunes manteve uma distância calculada e disse “não ter proximidade” do capitão. Limitou-se a afirmar que, se vier um apoio de Bolsonaro, “será ótimo”, mas tratou a agenda como evento rotina e não combinado.
Segundo integrantes do PL, chegou ao partido a informação de que pesquisas contratadas por Nunes mostrariam que ele pode perder votos com apoio declarado do ex-presidente. Em 2022, Lula foi o vencedor na capital paulista.
Também tem chamado a atenção na legenda a maneira com que o recém-filiado Marcelo Queiroga, ex-ministro da Saúde de Bolsonaro, tem tratado sua intenção de concorrer à prefeitura de João Pessoa. Queiroga explora mais sua atuação como médico do que como político afolhado de Bolsonaro.
Outro mandachuva do centrão que tem seus movimentos acompanhado de perto pelo PL é o senador e ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Ciro Nogueira. Nogueira afirma publicamente ser contra a entrada do PP em um ministério de Lula, mas deu aval para que líderes de seu partido façam a negociação. Já o presidente do Republicanos, o deputado federal Marcos Pereira, não tem poupado críticas públicas a Bolsonaro, enquanto lideranças de sua sigla negociam um ministério com o governo petista.
No PL, a percepção que existe na ala pragmática do partido é que a rejeição de Bolsonaro aumentou com o processo da inelegibilidade e a série de depoimentos e investigações policiais envolvendo o ex-presidente. O partido, no entanto, ainda não tem uma pesquisa em mãos que confirme essa leitura.
A maior preocupação é o peso negativo que Bolsonaro possa vir a ter nas capitais e no Nordeste. Hoje, a avaliação de boa parte da legenda é que os candidatos estão se movimentando para o centro e deixando a extrema direita, ou seja, isolando o bolsonarismo.
Fonte: O GLOBO
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