Dentre as fraturas mais comuns, a ruptura do fêmur tem o maior número de vítimas e, dependendo da gravidade, pode levar à morte

O ex-presidente José Sarney, de 93 anos, sofreu uma queda depois de tropeçar dentro de casa e foi internado em uma unidade hospitalar do Maranhão neste domingo. A informação foi divulgada pela filha do político, a ex-governadora maranhense Roseana Sarney, em uma rede social.

"Levamos um susto muito grande. Meu pai tropeçou e caiu. Nós o levamos para um hospital, mas graças a Deus, os exames já concluíram e ele tá muito bem. Se deus quiser, vai ficar bom logo, logo", disse a filha.

Infelizmente, a queda de idosos dentro de casa é considerada normal e com alta taxa de incidência. A Associação Médica Brasileira (AMB), por exemplo, estima que, anualmente, 50% da população com mais de 65 anos sofre com quedas e, 70% destas ocorrem dentro de casa. Entre as principais causas estão: diminuição da acuidade visual e queda na massa e força muscular devido à idade.

Dentre os problemas, o mais comum, é a queda da própria altura (QPA), ou seja, aquele em que a vítima cai no próprio nível em que se encontra (o famoso tropeço).

Em idosos, esse tipo de queda, pode comprometer todo o restante de vida do paciente, pois além do isolamento do paciente — ele deixa de andar e caminhar, pode passar alguns dias na cama, tem uma queda acentuada de massa por não estar fazendo exercícios —, também há dificuldade de se alimentar, beber água, realizar pequenas tarefas em casa, entre outras ações que eram mais fáceis de realizar no dia a dia.

Em março deste ano, por exemplo, o jornalista e apresentador, Milton Neves, de 71 anos, sofreu um acidente em seu apartamento, em São Paulo. Na época, ele relatou que escorregou ao sair do banho e bateu a cabeça em um móvel de madeira. O comunicador teve ferimentos leves, mas chegou a desmaiar após a queda e precisou ser internado em um hospital para exames de observação.

Dentre as fraturas mais comuns no idoso, o que há o maior número de vítimas é a ruptura do fêmur, que, segundo especialistas, possui grande morbidade e mortalidade. Alguns estudos apontam que quando um paciente tem uma fratura do fêmur após os 70 anos, ele encurta a expectativa de vida. As melhores evidências científicas apontam que apenas cerca de 60% dos pacientes submetidos ao tratamento de fratura de fêmur irão retornar ao seu status normal de caminhar.

Como prevenir as quedas

Especialistas afirmam que, preferencialmente, as casas em que moram idosos devem ser térreas, sem a presença de escadas. Caso elas sejam necessárias, é importante instalar corrimãos dois lados para que a pessoa possa ter mais segurança na hora de subir ou descer.

Retirar todos os tapetes dos móveis para evitar tropeços também é importante, bem como móveis baixos com quinas pontiagudas. As maçanetas e puxadores também não podem ser pontudos. O interruptor deve estar acessível e é bom ter um abajur perto da cama do idoso. Outro recurso relevante é ter uma luz de emergência, caso ocorra um blecaute.

Se puder acrescentar também recursos como barras de apoio no banheiro, ao lado do vaso sanitário e no chuveiro, sensores de luz no caminho do quarto para o banheiro, piso antiderrapante, e criar circulações mais largas nos corredores, retirando poltronas, vasos, ou qualquer objeto que possa atrapalhar a passagem.

Outras mudanças pequenas, podem ser feitas também dentro do banheiro, como o vaso sanitário que deve ser mais alto para que o idoso faça a menor força possível ao se sentar e levantar e o box que, preferencialmente, não deve ser de vidro. Deixar o espaço aberto ou apenas com uma cortina é o ideal.


Fonte: O GLOBO