IBC-Br de maio, que tenta antecipar comportamento mensal da economia, foi divulgado nesta segunda pelo Banco Central, e surpreendeu economistas
A saída de cena sazonal da contribuição do agronegócio para o PIB e o tombo do varejo fizeram o IBC-Br, indicador mensal do Banco Central que tenta antecipar o desempenho do PIB, tombar 2% em maio na comparação com abril. O dado surpreendeu economistas, que esperam uma leve queda, de 0,1%, no indicador de atividade.
Para o economista-chefe do PicPay, Marco Caruso, o resultado foi uma devolução do resultado de abril e reflete a redução do peso positivo do agro com o fim da safra de soja. Além disso, apontou o especialista, as vendas do varejo tiveram o pior resultado para o mês em cinco anos.
O comércio brasileiro caiu 1% na passagem de abril para maio. O resultado das vendas do varejo restrito - que exclui veículos e materiais de construção - foi puxado pela queda do setor supermercados, atividade de maior peso na pesquisa.
- Apesar do resultado negativo, alguns setores da atividade econômica escaparam desse movimento contracionista - lembrou Caruso. - O volume de serviços e a produção industrial subiram acima do esperado, com expansão de 0,9% e 0,3%, respectivamente.
Na avaliação do economista, o PIB crescerá mais 0,3% no segundo trimestre, mas perderá fôlego e desacelerá no segundo semestre, fechando o ano em alta de 1,9%.
Gabriel Couto, economista do Santander, também acredita que a queda do IBC-Br está relacionada ao fim da contribuição da safra recorde de grãos.
- Mantemos nossa projeção de alta de 1,9% do PIB em 2023 - apontou. - Continuamos a ver sinais de desaceleração na atividade como um todo à frente, com mais segmentos cíclicos [os mais afetados por juros] indicando uma tendência de desaleração devido às condições financeiras restritivas. Esperamos que o impacto positivo da safra recorde de grãos fique limitado ao primeiro trimestre e ao início do segundo trimestre.
Fonte: O GLOBO
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