Adailton Cruz diz que ainda trabalha no projeto de lei, mas citou um caso recente em que um jovem que morreu baleado por um policial penal durante a Expoacre.
O deputado Adailton Cruz (PSB) propôs, durante discurso na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) nesta quarta-feira (9), um projeto de lei para proibir que agentes de segurança pública portem armas em locais onde ocorrem festas.
O parlamentar disse ainda estar trabalhando no projeto para apresentá-lo oficialmente, mas citou um caso recente em que o jovem Wesley Santos da Silva, de 20 anos, morreu após ser baleado pelo policial penal e ex-diretor do presídio de Senador Guiomard, Raimundo Nonato Veloso da Silva Neto, durante a Expoacre.
Cruz ressaltou que a irresponsabilidade e má conduta de agentes nesses casos tem ceifado vidas.
“Eu vejo com bastante preocupação com relação aos agentes de segurança pública portarem arma em ambientes festivos. Vidas sendo perdidas por irresponsabilidade ou má conduta de um ou outro que usam as fardas da segurança pública. Nós não podemos permitir que vidas sejam ceifadas, ainda mais por aqueles que deveriam preservá-las”, destacou.
O deputado também ponderou que não faz generalizações, e diz ter orgulho da maioria dos agentes.
“Isso tem que ser coibido. Não digo isso generalizando, porque a maioria deles eu me orgulho”, afirmou.
O g1 entrou em contato com a Associação dos Militares do Acre (Ameacre), com o Sindicato dos Policiais Civis do Acre (Sinpol-AC) e a Associação dos Servidores do Sistema Penitenciário do Acre (Asspen) sobre a proposta, e não obteve retorno até esta publicação.
Casos
No caso citado por Cruz, Wesley Santos da Silva, de 20 anos, e a namorada, Rita de Cássia, de 18 anos, foram baleados na madrugada dessa segunda (7) dentro da Expoacre. O autor dos disparos foi o policial penal e ex-diretor de presídio, Raimundo Nonato Veloso da Silva Neto.
Neto foi preso em flagrante ainda no parque de exposições, junto a um tio. Os dois foram levados para a Delegacia de Flagrantes (Defla) e o tio do policial liberado. Segundo a defesa do servidor público, o homem foi ouvido como testemunha.
Segundo a Polícia Militar do Acre (PM-AC), os tiros foram disparados por volta das 3h30 durante uma confusão dentro de um bar do parque. Rita foi atingida na perna direita, próximo à cintura, e o namorado foi ferido com dois tiros no lado direito do tórax. De acordo com o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), o policial penal não estava de serviço no dia, e um procedimento administrativo foi aberto.
Outro caso de grande repercussão, foi a morte do estudante Rafael Frota em 2 de julho de 2016. Ele foi atingido por um tiro efetuado pelo policial federal Victor Campelo, após uma confusão em uma boate de Rio Branco.
Em janeiro deste ano, Campelo foi absolvido em juri popular, após ser acusado de homicídio contra Frota, e tentativa de homicídio contra Nelciony Patrício, um dos envolvidos na confusão.
Antes de ler a sentença, o juiz Alesson Braz, destacou que o uso da arma por agentes de segurança em boates e somado com bebida alcoólica precisa ser melhor debatido.
Fonte: G1
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