Não há data prevista para ocorrer a audiência pública, que deve contar ainda com a presença de um representante da Anac. Deputados se reuniram nesta terça-feira (8).

Deputados estaduais se reuniram nesta terça-feira (8) para anunciar que vão propor uma audiência pública com o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, para debater a falta de voos para o estado, os altos preços das passagens aéreas e as dificuldades da população em conseguir sair ou voltar para o Acre.

Ainda não há data prevista para ocorrer a audiência pública com o representante do governo federal. A expectativa é de que um representante da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) também compareça ao encontro.

Na reunião, os deputados anunciaram que o 'Poder Legislativo se torna a partir de agora, protagonista na busca de uma solução para a crise aérea vivida no Estado'.

"Acho que esse é um tema muito grave, tem afetado toda população acreana, tem criado barreiras em nosso desenvolvimento e a assembleia, como a Casa do Povo, não poderia ficar omissa nessa temática. É um tema extremamente complexo, que aponta para soluções no âmbito federal, mas entendemos que temos um papel nisso, até por lealdade à população que confiou nesta bancada", disse o presidente em exercício, deputado Pedro Longo (PDT).

As empresas aéreas Latam e Gol são as únicas que operam no estado acreano. A Azul deixou de operar em 2016. Em março deste ano, com o objetivo de ampliar a mobilidade aérea entre Acre, a Secretaria de Assuntos Federativos do Estado se reuniu com representantes da companhia aérea com intuito de alinhar a volta dos voos na região.

Para Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, a situação é ainda mais complicada, pois apenas uma companhia aérea opera voos com destino à cidade, e em dias alternados, no período noturno.

Para debater esses problemas, foi realizada em maio deste ano a reunião do Parlamento Amazônico que reuniu mais de 60 parlamentares do Norte, a fim de discutir o desenvolvimento e dificuldades de acesso a estados da região.

No último dia 2, o show da cantora Pitty, que estava agendado para o próximo dia 26 de agosto, foi cancelado por falta de voos para a capital. "As companhias aéreas reduziram drasticamente a quantidade de voos, causando um verdadeiro colapso para quem pretende chegar ou sair do Acre, tornando impossível atender a todos os trechos, quantidades, datas e horários contratados", diz parte da nota da empresa responsável pela vinda da artista.

Mais de 86 mil passageiros

O fluxo no Aeroporto Internacional de Rio Branco registrou aumento de 11% no número de passageiros no segundo trimestre de 2023, que compreende os meses de abril a junho, em comparação com o mesmo período do ano passado. O balanço foi divulgado na última quarta-feira (3) pela Vinci Airports, empresa que administra o terminal.

O percentual corresponde a mais de 86 mil passageiros que passaram pelo aeroporto neste período.

No acumulado dos seis primeiros meses, o aeroporto teve um percentual de crescimento de 2,4%, com 183 mil passageiros.

Já no comparativo com 2019, ano que antecedeu a pandemia de Covid-19, o tráfego de passageiros no aeroporto de Rio Branco aumentou 17% no segundo trimestre de 2023.

O Aeroporto da capital teve 723 pousos e decolagens entre 1º de abril e 31 de junho de 2023, um aumento de 29% em relação ao mesmo período de 2022, e um total de 1.549 no primeiro semestre do ano, 18% a mais do que no ano passado.

Privatização

Em janeiro de 2022, a empresa, que tem sede na França, assumiu os aeroportos da capital acreana e de Cruzeiro do Sul. O Contrato de Concessão assinado com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) tem duração de 30 anos. A Vinci Airports arrematou sete terminais da Região Norte no leilão de abril de 2021 na bolsa de valores em São Paulo.

Ao todo, 22 aeroportos do país, divididos em três blocos, foram privatizados durante a 6ª Rodada de concessão. O leilão atraiu interessados para todos os blocos e garantiu ao governo federal uma arrecadação inicial de R$ 3,302 bilhões.

Fonte: G1