Rubro-negro caminha para a terceira temporada seguida em que sequer disputa, de forma realista, o título do Campeonato Brasileiro, o mais importante do país
Algumas coisas chamam atenção na tortuosa caminhada do Flamengo na atual temporada. Já deveria causar suficiente estranhamento a capacidade de um elenco tão forte de produzir, com tamanha frequência, atuações um tanto constrangedoras. A última delas, a derrota por 3 a 0 para o Cuiabá, construída com alarmante naturalidade.
No entanto, quando se leva em conta a realidade do futebol atual, em que as disparidades econômicas crescem e as grandes conquistas costumam estar ao alcance apenas dos clubes mais ricos, é outro o dado que realmente salta aos olhos: no ritmo atual, o Flamengo caminha para a terceira temporada seguida em que sequer disputa, de forma realista, o título do Campeonato Brasileiro, o mais importante do país.
Não se trata de cobrar que seja campeão, porque há aspectos incontroláveis no futebol, como a campanha espetacular do Botafogo neste 2023. A questão é ver o clube que supera R$ 1 bilhão em receitas anuais sequer conseguir brigar pelo troféu que, muito mais do que os mata-matas, mede a capacidade de ser regular semana após semana. O que, em tese, deveria beneficiar quem tem mais recursos.
Há diversas formas de olhar para as dificuldades atuais deste Flamengo. É possível questionar por que o time oscila tanto com Jorge Sampaoli. Não é um trabalho longevo, mas era justo esperar que, após 29 jogos sob o comando do treinador, um elenco desta capacidade produzisse um jogo mais sólido, mais convincente. E menos exposto ao derretimento quando poupa alguns de seus titulares. Como aconteceu em Cuiabá.
Também é possível constatar que há jogadores rendendo menos do que se deveria esperar. Pode-se falar da dificuldade de Éverton Cebolinha, ou mesmo devolver a Pedro os holofotes. No entanto, se é fato que o centroavante teve suas questões disciplinares e tem suas dificuldades táticas ao trabalhar muito pouco sem bola, não é justo esquecer que ele foi vítima de uma agressão no ambiente de trabalho.
Há diversas formas de olhar para as dificuldades atuais deste Flamengo. É possível questionar por que o time oscila tanto com Jorge Sampaoli. Não é um trabalho longevo, mas era justo esperar que, após 29 jogos sob o comando do treinador, um elenco desta capacidade produzisse um jogo mais sólido, mais convincente. E menos exposto ao derretimento quando poupa alguns de seus titulares. Como aconteceu em Cuiabá.
Também é possível constatar que há jogadores rendendo menos do que se deveria esperar. Pode-se falar da dificuldade de Éverton Cebolinha, ou mesmo devolver a Pedro os holofotes. No entanto, se é fato que o centroavante teve suas questões disciplinares e tem suas dificuldades táticas ao trabalhar muito pouco sem bola, não é justo esquecer que ele foi vítima de uma agressão no ambiente de trabalho.
Mais do que isso, não recebeu manifestações públicas de solidariedade do treinador que segue comandando o time e que fora o responsável por levar ao clube o preparador que, mais tarde, se transformaria no agressor de Pedro.
Mas a forma como o Flamengo tem olhado para o Campeonato Brasileiro é que merece atenção. E não se trata de fazer coro com a tola tese de que os jogadores “escolhem competição”. Afinal, nesta temporada, o rubro-negro já jogou mal em diversos torneios, sejam copas ou torneios de pontos corridos.
Mas a forma como o Flamengo tem olhado para o Campeonato Brasileiro é que merece atenção. E não se trata de fazer coro com a tola tese de que os jogadores “escolhem competição”. Afinal, nesta temporada, o rubro-negro já jogou mal em diversos torneios, sejam copas ou torneios de pontos corridos.
A questão começa pelo projeto esportivo. Há algumas temporadas há uma questão na mesa: sempre que precisa abrir mão de Arrascaeta e Everton Ribeiro, o Flamengo passa a jogar com dois pontas, altera profundamente suas características e parece estranhar a si próprio. Perde identidade. Por mais que tenha um elenco farto, parece um time sem qualquer estrutura em jogos da principal competição do calendário doméstico.
E aí, abre-se o debate das prioridades. Quando se tem mais de R$ 1 bilhão em receita, é justo que a prioridade do clube seja lutar pelos troféus mais importantes, pelos que deixam um maior legado esportivo na história do clube, e não pelos atalhos que levam a taças mais acessíveis.
E aí, abre-se o debate das prioridades. Quando se tem mais de R$ 1 bilhão em receita, é justo que a prioridade do clube seja lutar pelos troféus mais importantes, pelos que deixam um maior legado esportivo na história do clube, e não pelos atalhos que levam a taças mais acessíveis.
É natural que a Libertadores concentre atenções em seu mata-mata, que eventualmente seja preciso fazer uma ou outra concessão no time que joga o Brasileiro em nome do torneio sul-americano. Mas tais concessões seriam bem menos impactantes se a Copa do Brasil, este sim o terceiro torneio em relevância esportiva do calendário, não estivesse consumindo as pernas e o fôlego dos principais jogadores do time.
O Flamengo vive, hoje, duas realidades que não combinam: arrecada mais de R$ 1 bilhão por ano, muito mais do que seus rivais, mas vai se transformando num clube copeiro.
SEM AMEAÇA
Muita gente se perguntava sobre o que ocorreria quando o Botafogo tivesse seus tropeços. Pois o time jogou mal em Belo Horizonte, empatou pela segunda vez em três rodadas, mas viu a folga na liderança aumentar: o alvinegro é um líder sem perseguidores reais. Poupando jogadores, Palmeiras e Flamengo perderam seus jogos, e o Grêmio jogou muito mal contra o Vasco. É cada vez mais difícil imaginar que a taça do Brasileiro possa ter outro dono.
ESPERANÇA
A torcida do Vasco pode celebrar algo além dos três pontos conquistados sobre o Grêmio. Claro que vencer era uma urgência, mas era preciso ver algo que apontasse para o futuro imediato. E Ramón Díaz fez o time melhorar, especialmente com bola. Outra boa notícia foi o segundo tempo de Paulinho, vital para o meio-campo ter dinâmica e criação. Seis pontos ainda separam o Vasco da saída do Z-4. A caminhada é longa.
NOVA CARA
É fato que o Japão jogou o melhor futebol até aqui e que três seleções não europeias estarão nas quartas de final. Mas a Copa do Mundo feminina, que tem na precoce eliminação dos Estados Unidos um emblema, confirmam uma tendência que já era clara no masculino: o centro do jogo se deslocou para a Europa e para as grandes ligas do continente. A próxima fase reserva confrontos que serão fascinantes.
Fonte: O GLOBO
O Flamengo vive, hoje, duas realidades que não combinam: arrecada mais de R$ 1 bilhão por ano, muito mais do que seus rivais, mas vai se transformando num clube copeiro.
SEM AMEAÇA
Muita gente se perguntava sobre o que ocorreria quando o Botafogo tivesse seus tropeços. Pois o time jogou mal em Belo Horizonte, empatou pela segunda vez em três rodadas, mas viu a folga na liderança aumentar: o alvinegro é um líder sem perseguidores reais. Poupando jogadores, Palmeiras e Flamengo perderam seus jogos, e o Grêmio jogou muito mal contra o Vasco. É cada vez mais difícil imaginar que a taça do Brasileiro possa ter outro dono.
ESPERANÇA
A torcida do Vasco pode celebrar algo além dos três pontos conquistados sobre o Grêmio. Claro que vencer era uma urgência, mas era preciso ver algo que apontasse para o futuro imediato. E Ramón Díaz fez o time melhorar, especialmente com bola. Outra boa notícia foi o segundo tempo de Paulinho, vital para o meio-campo ter dinâmica e criação. Seis pontos ainda separam o Vasco da saída do Z-4. A caminhada é longa.
NOVA CARA
É fato que o Japão jogou o melhor futebol até aqui e que três seleções não europeias estarão nas quartas de final. Mas a Copa do Mundo feminina, que tem na precoce eliminação dos Estados Unidos um emblema, confirmam uma tendência que já era clara no masculino: o centro do jogo se deslocou para a Europa e para as grandes ligas do continente. A próxima fase reserva confrontos que serão fascinantes.
Fonte: O GLOBO
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