Giovana dos Santos de Lima, de 20 anos, morava com a família na cidade do Bujari, interior do estado, e saiu de casa com duas amigas para o baile em Rio Branco. Ela foi atingida com dois tiros durante o ataque, um próximo do coração e outro na perna. Tiroteio deixou cerca de 11 pessoas feridas.

"Era uma menina maravilhosa, feliz, que vivia a vida intensamente". É assim que Amanda Souza descreve a irmã Giovana dos Santos de Lima, de 20 anos, que morreu após ser baleada na noite desse sábado (12) no Parque das Acácias, onde era realizado um baile funk, em Rio Branco. Criminosos invadiram a área e atiraram em várias pessoas.

Giovana foi atingida com dois tiros, um perto do coração e outro na perna, caiu na entrada da festa e morreu no local. Cerca de 11 pessoas ficaram feridas, entre elas uma das amigas de Giovana, que está internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) com uma bala na cabeça.

A jovem morta morava com a família na cidade do Bujari, interior do Acre. Antes de sair, Amanda relembra que a mãe chegou a pedir para Giovana não ir à festa por medo da briga entre as facções.

"Minha mãe ainda pediu pra ela não ir pra essa festa. [Ela] foi assim mesmo. Já tinham matado uma pessoa em Rio Branco há pouco tempo. Por causa da guerra entre as facção [sic.] que tava muito perigoso", confirmou.

Giovana saiu de casa com duas amigas para o baile funk na capital. Ela era acostumada a frequentar festas e eventos com os amigos. Uma das amigas dela conseguiu escapar do tiroteio.

"Passou o dia todo ontem [sábado, 12] cuidando da nossa mãe, fez a janta pra mim quando cheguei do trabalho, assistimos séries juntas, até ela sair pra ir para essa festa", relembrou Amanda.

O corpo da jovem será levado ainda neste domingo (13) para o Bujari, onde será o velório e o enterro. A família aguarda ainda a chegada de uma parente de Porto Velho (RO).

Amanda diz que a família aconselhava Giovana a não andar com pessoas de facções. Ela destaca ainda que a família agora espera que os responsáveis pelo crime sejam penalizados.

"Sempre falamos pra ela se afastar desse meio. Deus é justo e fiel, a cobrança vem do alto, de quem pode mais", concluiu.

Ataque

As vítimas, maioria jovens, participavam do 'Baile de Rua Premium' quando suspeitos chegaram armados e atiraram em várias direções.

O Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) informou que parte do grupo criminoso pulou o muro da parte de trás do Parque das Acácias, onde a festa era realizada, e outras duas pessoas ficaram armadas na frente do espaço em motocicletas.

Após alguns minutos da invasão, os criminosos atiraram nas pessoas e teriam gritado o nome de uma facção criminosa. Houve ainda troca de tiros com os seguranças do local. O grupo fugiu após o ataque.

Vídeos, gravados por populares, que circularam nas redes sociais, mostram as pessoas correndo de dentro do clube e jovens caídos no chão feridos, incluindo na entrada.

A equipe da perícia encontrou sete cápsulas de calibre ponto 40 e 14 cápsulas de calibre nove milímetros no chão do clube.

Os feridos foram levados para o pronto-socorro. O Copom explicou que o dono do espaço compareceu ao local e prestou esclarecimentos sobre a festa. Segundo ele, havia segurança particular contratada e controle de entrada de menores.

Investigações iniciaram

O delegado-geral da Polícia Civil, José Henrique, disse ao g1 que equipes das delegacias de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) estão investigando o ataque. Ele disse que ainda não é possível confirmar se o caso foi uma retaliação de um grupo de criminoso.

"Continuamos trabalhando tentando confirmar as pessoas. É prematuro afirmar qualquer coisa, temos as câmeras na cidade, o pessoal está trabalhando. Não podemos afirmar nada porque trabalhamos com evidências e, se tiver alguma confirmação, vamos pedir a prisão. Temos que saber a motivação, estamos procurando as respostas", destacou.

Ele ressaltou também que as equipes da DHPP já trabalham para identificar os suspeitos de matarem dois homens em Rio Branco, durante à tarde e noite desse sábado, antes do ataque no baile funk.

"Sabemos que a sociedade está cobrando uma resposta imediata, mas não podemos ser irresponsável e afirmar coisas que não temos provas. Temos nossas linhas de investigações, porém, estamos trabalhando para afirmar qualquer coisa", finalizou.

Fonte: G1