Ação se baseia em denúncia da Procuradoria-Geral da República feito ao Supremo Tribunal Federal

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira uma operação contra a alta cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF). Entre os alvos estão o atual comandante-geral da PM-DF, coronel Klepter Rosa Gonçalves, contra quem já foi cumprido o mandado de prisão; o ex-comandante coronel Fábio Augusto Vieira e outros cinco oficiais que ocupavam cargos de chefia na corporação durante os atos golpistas de 8 de janeiro.

Ao todo, os agentes da PF saíram às ruas para cumprir sete mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão. Os suspeitos teriam se omitido durante os atos golpistas de 8 de janeiro, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes da República.

Quem são os alvos:
  • Coronel Jorge Eduardo Naime;
  • Coronel Fábio Augusto Vieira;
  • Coronel Klepter Rosa Gonçalves;
  • Coronel Paulo José Ferreira: Atuava como chefe interino do Departamento de Operações (DOP) à época dos atos antidemocráticos. De acordo com as investigações da Polícia Federal, “agiu de forma omissa, frente aos crimes praticados no dia do evento, ao não elaborar o planejamento operacional do policiamento ostensivo do Distrito Federal”.
  • Coronel Marcelo Casimiro: Chefiava o 1º Comando de Policiamento Regional da PMDF no dia 8 de janeiro. Na ocasião, estava de folga, mas disse que se deslocou para a Praça dos Três Poderes quando percebeu a gravidade da situação. Nos depoimentos que prestou, negou ter recebido qualquer relatório de inteligência das forças de segurança sobre os riscos de manifestações violentas com o objetivo de tomar o poder no país.
  • Major Flávio Silvestre de Alencar;
  • Tenente Rafael Pereira Martins.
A operação foi montada a partir do recebimento da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF). No documento, o procurador Carlos Frederico afirma que os policiais militares teriam começado a trocar mensagens com teor golpista e a difundir informações falsas antes do segundo turno das eleições presidenciais do ano passado.

De acordo com a PGR, foi verificado que integrantes da PM acompanhavam as movimentações no acampamento golpista montado nos arredores do Quartel General do Exército, em Brasília, e teriam, inclusive, infiltrado agentes de inteligência entre os manifestantes.

Para o procurador, a cúpula da corporação tinha conhecimento acerca do tamanho e da gravidade dos atos antidemocráticos que estavam sendo planejados para 8 de janeiro. A denúncia aponta ainda que trocas de mensagens entre os militares contradizem os depoimentos prestados por eles e mostram que não houve falha no sistema de inteligência do Distrito Federal.


Fonte: O GLOBO