Desaparecido desde o mês de abril, Ítalo Souza da Costa completou 22 anos nesta quinta-feira (10). Família cobra respostas da Polícia Civil de Cruzeiro do Sul.
Há quase quatro meses, a técnica de enfermagem Maria da Glória, de 43 anos, aguarda uma notícia do paradeiro do filho Ítalo Souza da Costa. O rapaz sumiu na madrugada de 28 de abril ao sair da casa da tia, no bairro Remanso em Cruzeiro do Sul, no interior do Acre.
Nesta quinta-feira (10), Ítalo Costa completou 22 anos. "Hoje senti saudade mais do que nunca. Parece que a polícia abandonou, não é filho do delegado, do promotor, do juiz. Vejo como falta de interesse porque não acredito que a polícia não tem condições de encontrar uma pessoa em uma cidade do tamanho de Cruzeiro do Sul", questionou a mãe do rapaz, a técnica de enfermagem Maria da Glória, de 43 anos.
Ítalo Costa saiu de casa no bairro Telégrafo na noite de 27 de abril, por volta das 20 horas, e foi para a casa da tia, onde ficou ingerindo bebida alcoólica com a tia e o marido dela até a madrugada. Depois disso, a informação repassada à família é que o rapaz saiu dizendo que logo voltaria, mas não deu mais notícias. Ele deixou para trás o celular e a carteira.
Em maio, a Polícia Civil chegou fazer buscas pelo jovem, com ajuda de mergulhadores do Corpo de Bombeiros, de barcos no Rio Juruá.
O delegado responsável pelo caso na época, Rafael Távora, chegou a confirmar que já tinha feito algumas oitivas, ouviu testemunhas e montava uma sólida linha investigativa. Contudo, o delegado foi transferido de Cruzeiro do Sul.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Polícia Civil para saber quem está investigando o desaparecimento e aguarda retorno.
Possível motivação
Sem notícias concretas da polícia, Maria da Glória diz que fez, por conta própria, algumas investigações e ouviu de populares que o filho pode ter sido assassinado por inveja ou ciúmes. A ordem, segundo o apurado, teria partido de dentro do presídio da cidade.
Ela negou que o filho tivesse envolvimento com grupos criminosos. "Essas pessoas moravam perto, meu filho era uma pessoa boa, não fazia mal a ninguém. Tinha amizade com uma pessoa, andavam juntos, bebiam, é uma mulher. Não tinha relacionamento amoroso, mas podem ter acreditado que sim", lamentou.
Abalada, a técnica de enfermagem pede para, pelo menos, saber onde está o corpo do filho.
"Quero saber, pelo menos, onde está o corpo porque sei que não está mais vivo. Esse tanto de tempo sem falar comigo. Se tiver vivo, deve ter surtado, não sabe onde está, nem o nome, nada. Tenho certeza de que não faria isso comigo, conhecendo o filho que criei", lamentou.
A mãe crítica ainda a falta de informações da polícia e cobra respostas. "Parei de ir na delegacia porque me frustrou muito e não estou com estruturas psicológicas para ouvir que não há nada de novidade. Até evito, fui no final de junho porque era um delegado e mudou", concluiu.
Fonte: G1
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