Familiar que preferiu não se identificar afirma que Júnior Henrique Miranda, de 15 anos, teria feito sinal de facção criminosa de brincadeira, e foi morto por grupo rival. Ainda segundo parente, o jovem teria pedido desculpas logo depois, mas ainda assim foi morto. Três adolescente e um homem foram presos.
Os suspeitos de matar o adolescente Júnior Henrique Miranda, de 15 anos, morto em 12 de julho depois de sair da aula, na Escola Estadual Antônia Fernandes, no bairro Santa Inês, em Rio Branco, foram apreendidos em operação da Polícia Civil em nessa quarta-feira (9), que resultou na apreensão de três adolescentes e na prisão de um adulto.
De acordo com um familiar do rapaz, que preferiu não se identificar, o jovem não tinha envolvimento com grupos, mas teria feito um gesto referente a um deles durante uma live com amigos em uma rede social.
Ainda segundo o parente, membros de um grupo teriam visto o conteúdo, e entraram em contato com o rapaz para questioná-lo. Ele chegou a pedir desculpas, mas ainda assim essa teria sido a causa do assassinato.
Não ficou claro se o símbolo feito pelos estudantes seria de um grupo rival ao que teria cometido o crime.
“Junto com uns amigos de escola, decidiram por conta própria fazer o gesto, mas foi brincadeira. Ele ainda pediu desculpas, tentou resolver do jeito dele, na inocência. Mas aí no dia, chamaram ele pra um canto, e ele, sem maldade, foi, porque convivia com essas pessoas que chamaram. Na verdade, ele teria dito que os amigos decidiram fazer a live com o celular dele”, contou.
Além da apreensão dos menores, a operação resultou na captura de um homem apontado como líder de ataques de execução na região do bairro Belo Jardim. Essa área se tornou palco de confrontos violentos entre facções criminosas que buscam expandir sua influência e território.
Os capturados serão ouvidos pela Polícia Judiciária e encontram-se à disposição da Justiça.
Operação apreendeu adolescentes envolvidos na morte de estudante e também prendeu um adulto — Foto: Sejusp
Jovem era estudioso e trabalhador
De acordo com o familiar de Júnior, os pais do jovem são naturais do Paraná, onde a mãe dele ainda mora. Ainda conforme o relato, o jovem se dedicava aos estudos e no período da tarde trabalhava junto com o pai.
O parente também conta que o jovem já estava receoso após receber mensagens dos supostos criminosos por conta da live, e pediu para mudar de escola, mas não contou o motivo à família.
“Ele era muito estudioso, tinha a bicicleta dele, o telefone dele, e trabalhava à tarde, tinha o salário dele.”, disse.
A família espera por justiça, mas ressalta ainda que casos de violência como esse causam descrença.
“Essas pessoas não estão nem aí para nada. As famílias que têm a perder. A Justiça no Acre se acovardou e não dá resposta à altura. A polícia conhece esses bandidos, mas não adianta entregar na Justiça, porque o sistema é falho", desabafou.
Crime
Júnior Miranda foi um dos estudantes mortos de forma violenta na última semana. O jovem morreu depois de sair da aula, na Escola Estadual Antônia Fernandes, por volta das 11h20.
Testemunhas que presenciaram o crime, entre elas estudantes e colegas da vítima, falaram que o adolescente foi chamado para um beco, onde há uma passarela que liga os bairros Santa Inês e Recanto dos Buritis, por alguns rapazes.
Essas pessoas teriam ouvido o aluno ser questionado sobre uma live. Contudo, o conteúdo dessa live não foi descoberto.
Na passarela, o adolescente levou um tiro na cabeça e morreu no local. Os criminosos fugiram antes da chegada da polícia, que foi acionada por populares.
Fonte: G1
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