Renato Nunes Dias ocupava o cargo de coordenador pedagógico desde o início do ano; nesta semana, Justiça determinou suspensão de distribuição de slides com erros

O secretário estadual de Educação de São Paulo, Renato Feder, exonerou Renato Nunes Dias, que até esta terça-feira (5) ocupava o cargo de coordenador pedagógico, responsável por elaborar o currículo da educação básica e definir os materiais didáticos. A exoneração foi publicada no Diário Oficial desta quarta (6).

Em seu lugar, foi nomeada Bianka Teixeira de Andrade Silva, que já ocupava um cargo na pasta como diretora de currículo e material didático. A troca ocorre após vir à tona diversos erros de conteúdo nos materiais digitais distribuídos para toda a rede estadual de ensino, que seriam usados pelos professores em sala de aula.

Na última segunda-feira (4), a Justiça determinou que o governo suspendesse imediatamente a distribuição dos materiais, que eram apresentações de PowerPoint, que tivessem erros. Os slides informaram, por exemplo, que a Lei Áurea foi assinada por Dom Pedro II (na realidade foi assinada em 1888 pela Princesa Isabel) e que a cidade de São Paulo tinha praias. O governo informou que já havia corrigido os materiais antes da decisão judicial e que reforçou a revisão de todos os conteúdos.

Em nota, a Seduc informou que Renato Dias “deixou o cargo para assumir projetos pessoais”. Ele ocupava o cargo de coordenador pedagógico desde fevereiro, quando Feder definiu os nomes de confiança em sua pasta. Antes, Dias era diretor do grupo Somos Educação.

Bianka é doutora em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), já atuou como gerente de currículo na Escola Mais e como coordenadora pedagógica do grupo Somos Educação, e também foi professora docente na Educação Básica e de Jovens e Adultos da rede municipal de Belo Horizonte.

A pasta da Educação ganhou destaque negativo nos últimos meses na gestão Tarcísio de Freitas, com Feder anunciando medidas controversas que, após gerarem desgastes para o governo, foram revogadas.

No início de agosto, Feder anunciou a decisão de usar material 100% digital nas salas de aula e abandonar o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD). Depois, ele decidiu comprar livros digitais sem licitação. O governo recuou de todas as medidas. Tudo isso enquanto Feder está na mira do Ministério Público em duas frentes: por possível conflito de interesse em contratos do estado com a empresa da qual é sócio; e pela decisão de não aderir ao PNLD.


Fonte: O GLOBO