Em agosto, o Banco Central iniciou o ciclo de cortes da taxa básica de juros, ao reduzir a Selic de 13,75% para 13,25%

O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, participa na manhã desta quarta-feira de uma audiência na Câmara dos Deputados, ao atender uma convocação do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ). No Congresso, é quarta sessão com o chefe do BC.

A discussão está concentrada no rumo da política monetária durante o mandato de Campos Neto, que termina no fim de 2024. Em agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom) iniciou o ciclo de cortes da taxa básica de juros, ao reduzir a Selic de 13,75% para 13,25%. Na última semana, houve uma redução na mesma base e a taxa está em 12,75%. Novos cortes já estão precificados.

Ao fim do dia, o chefe do BC se encontra pela primeira vez no ano com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que assumiu uma postura crítica ao Banco Central ao longo do primeiro semestre. Lula e aliados partidários cobravam a redução da Selic, olhando para o impacto na economia, com o aumento do custo crédito para famílias e empresas.

Erro contábil

Neste manhã, na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, os parlamentares também questionam o presidente do BC sobre um erro contábil divulgado em janeiro pela instituição.

No final de janeiro, a chamada série de câmbio contratado de importação sofreu alterações no período de outubro de 2021 a dezembro de 2022. No ano passado, o resultado das importações passou de US$ 238,1 bilhões, valor publicado com erro, para U$ 250,9 bilhões. Ou seja, a diferença é de 12,8 bilhões - erro de aproximadamente US$ 1 bilhão de dólares por mês. No acumulado (incluindo os meses de 2021), foram R$ 14,5 bilhões de diferença.

Oficialmente, o BC atribuiu esse erro à falha na "rotina de compilação das estatísticas".


Fonte: O GLOBO