Segundo os pesquisadores, o tempero produziu um ‘cheiro gorduroso e carnudo semelhante ao de linguiça de fígado’

Opções veganas em restaurantes estão cada vez mais populares. Os hambúrgueres agora são feitos de beterrabas, quinoa e chia. Apesar dos adeptos, muitas pessoas ainda reclamam que esses alimentos à base de planta não tem o mesmo sabor que a carne após o cozimento. Cientistas da Universidade de Hohenheim, na Alemanha, porém, parecem ter encontrado uma solução.

Segundo eles, adicionar cebola fermentada, cebolinha ou alho-poró a carnes vegetais pode evocar o aroma de carne que muitos vegetarianos procuram. A equipe testou uma variedade de alimentos, incluindo cebolinha, gengibre, alho-poró, pimentão vermelho e cebola amarela.

Estes foram fermentados com várias espécies de fungos, antes dos aromas serem testados por cromatografia-espectrometria de massa. Os resultados revelaram que apenas os alimentos da família Allium – cebolinha, alho-poró e cebola amarela – criavam aromas de carne.

Indo mais fundo, a equipe descobriu que a cebola fermentada tinha muitos dos mesmos odores químicos encontrados na carne real. Segundo os cientistas, produziu um “cheiro gorduroso e carnudo semelhante ao de linguiça de fígado”.

“Esses fermentos de cebola poderão algum dia ser usados como aromatizante natural em várias alternativas de carne à base de plantas”, disseram os pesquisadores.

Muitas empresas de carne vegetal usam aditivos sintéticos para replicar os sabores e aromas da carne. No entanto, como estes aromas são produzidos através de processos sintéticos, muitos países não permitem que os fabricantes de alimentos os rotulem como “naturais”.

O estudo surge pouco depois de especialistas da Universidade de Oxford revelarem que comer apenas 100g de carne por dia – menos do que um único hambúrguer – cria quatro vezes mais gases com efeito de estufa em comparação com uma dieta vegana. Estudos anteriores já sugeriram que abandonar uma dieta à base de carne traz benefícios para a saúde pessoal, incluindo uma redução do risco de doenças cardíacas.


Fonte: O GLOBO