Em CPI, senador disse que as condições dos casos são 'muito parecidas'; entidade afirma que o filho do ex-presidente cometeu uma distorção 'que fere a memória'
"Flávio decide entrar em resoluções assustadoras, sendo desrespeitoso e ofensivo com a memória", diz trecho da nota. Entre os anos de 1933 a 1945, o Holocausto realizado pela Alemanha nazista exterminou mais de 6 milhões de judeus.
O Instituto afirma ainda que há diferenças claras entre os presos do 8 de janeiro e as vítimas do Holocausto, já que o segundo grupo não praticou crime algum e foi exterminado em "razão de sua identidade religiosa, nacional, sexual ou política".
A reação ocorreu após o comentário feito por Flávio durante o depoimento do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) General Augusto Heleno.
— As prisões de milhares de pessoas nos dias 8 e 9 de janeiro foram feitas nos moldes nazistas. (Durante o Holocausto) a gente via pessoas com medo, querendo fugir do nazismo e sendo direcionadas para estações de trem de forma pacífica, com a falsa promessa que iriam entrar em um trem e fugir do regime, mas enquanto estavam nas estações, eram ligadas as câmaras de gás e as pessoas morriam aos milhares. Muito parecido com o que aconteceu aqui nos dias 8 e 9 de janeiro.
A fala foi criticada por outras personalidades da sociedade civil. O ex-deputado Jean Wyllys (PT) afirmou que o filho do ex-presidente desrespeitou a comunidade judaica ao comparar vítimas a um "um bando de siderados golpistas e violentos".
Leia a nota na íntegra
A declaração feita hoje por Flávio Bolsonaro em que compara vítimas do Holocausto aos depredadores de Brasília é um caso clássico de banalização do Holocausto.
Flávio decide entrar em resoluções assustadoras, sendo desrespeitoso e ofensivo com a memória.
Ao contrário dos detidos e presos por crimes em Brasília, as vítimas dos nazistas não cometeram crime algum, e foram exterminadas em razão de sua identidade religiosa, nacional, sexual ou política.
Por fim, Flávio Bolsonaro afirma ter visitado o Museu do Holocausto em Jerusalém, o que o legitimaria a fazer tais comentários. Mais uma distorção negacionista que fere a memória das vítimas.
Fonte: O GLOBO
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