Dificuldade de remoção dos restos mortais se dá pelos desafios de acesso e o custo da operação. Segundo a AFP, desde o início deste ano, 17 pessoas morreram ou foram consideradas desaparecidas

O objetivo de escalar a montanha mais alta do mundo, pode ser extremamente difícil e arriscado. E no meio do percurso diversos alpinistas já perderam suas vidas ao se aventurarem no Monte Everest, no Nepal, e seus corpos permanecem até hoje congelados no local. As causas da morte podem ser por conta avalanches, quedas, mas também a falta de experiência que alguns dos aventureiros têm diante da desgastante subida.

As baixas temperaturas e a alta altitude acabam trazendo grandes problemas ao corpo. A dificuldade de remoção dos restos mortais se dá pelos desafios de acesso e o custo da operação. Segundo a AFP, desde o início deste ano, 17 pessoas morreram ou foram consideradas desaparecidas. Dez vítimas são estrangeiras, o maior número já registrado. As outras sete são nepalesas que trabalhavam como guias na montanha ou funcionários de empresas de turismo.

Um dos corpos na montanha — Foto: Wikimedia Commons

Com o derretimento de geleiras devido ao aquecimento global tem feito corpos virem à tona na região. As estimativas apontam para quase 300 o número de mortos durante a escalada do Everest. Cientistas afirmam que o aumento da frequência e da intensidade de fenômenos extremos está relacionado à crise do clima. Além do número alto de mortes, socorristas vêm registrando com mais frequência casos de queimaduras causadas pelo frio e de edema pulmonar provocado pela altitude, que ocorre quando líquido se acumula nos pulmões.

Além disso, toneladas de sujeira são deixadas pelas trilhas. Nas redes sociais, o alpinista Ten G Sherpa compartilhou o excesso de resíduos transformando o Everest um depósito de lixo. De acordo com a National Geographic Society, oito quilos é o peso médio de lixo produzido por uma pessoa durante a escalada da montanha.

Lixo no Mont Everest — Foto: Reprodução Instagram/ Ten G Sherpa

Recorde de alpinistas

Pessoas que escalavam o Everest precisaram ser resgatadas às pressas após o terremoto no Nepal provocar uma avalanche na região — Foto: ROBERTO SCHMIDT/AFP

Neste ano, o Nepal concedeu licenças a 1.046 alpinistas para 24 picos, rendendo ao governo US$ 5,6 milhões (R$ 28 milhões), dos quais US$ 5 milhões (R$ 25 milhões) vieram apenas do Everest. Cada alpinista gasta pelo menos US$ 26.700 (R$ 133.270) em uma expedição no Nepal, incluindo taxas de permissão, combustível, alimentação, guias e viagens locais, de acordo com a Reuters.


Fonte: O GLOBO