Mulher é paciente da rede pública da Saúde de Feijó e teria combinado de ir na casa do psicólogo para conversar com ele durante uma crise. Crime ocorreu na residência do suspeito em agosto. Durante palestra do Programa Proteja Mulher, do MP, vítima denunciou o suspeito que estava na plateia.
Um psicólogo da cidade de Feijó, interior do Acre, foi preso preventivamente na última terça-feira (5) suspeito de estuprar uma paciente durante atendimento na casa dele. O crime ocorreu em agosto e foi denunciado pela vítima durante uma palestra do Projeto “Proteja Mulher”, oferecida pelo Observatório de Violência Gênero e pelo Centro de Atendimento à Vítima (CAV) do Ministério Público Estadual (MP-AC).
O suspeito estava na plateia quando a mulher fez a denúncia. Ela, inclusive, já tinha feito um boletim de ocorrência na delegacia da cidade contra o psicólogo. O suspeito não teve o nome divulgado e, portanto, a reportagem não conseguiu contato com a defesa dele.
A mulher tem mais de 50 anos e era atendida pelo psicólogo na rede pública da saúde municipal para ansiedade. Ela fazia acompanhamento com equipes da Telemedicina de psiquiatria e na rede municipal com o psicólogo.
No dia do crime, segundo a denúncia, a vítima teria mandado mensagem para o suspeito dizendo que estava em crise e precisava conversar com o psicólogo. Como já tinha passado o horário do expediente, o suspeito pediu para a paciente ir até a casa dele, onde tem um consultório que faz atendimentos particulares.
A reportagem apurou que o psicólogo é de Rio Branco e mora sozinho em Feijó. No dia do crime, inclusive, ele estava de viagem marcada para a capital acreana para visitar os familiares.
Atendimento em casa
O g1 apurou ainda que a vítima relatou que o suspeito fez uma massagem nela durante o atendimento. Na última terça, o Juízo da Vara Criminal da Comarca de Feijó decretou a prisão preventiva.
Antes da prisão, o servidor público chegou a ser advertido pela Secretaria de Saúde de Feijó sobre os atendimentos dos pacientes da rede pública na residência dele. Ele foi ouvido e contou sua versão dos fatos.
O secretário da Saúde Municipal, Eronildo Oliveira de Souza, confirmou que o servidor está há poucos meses na pasta e que ainda não recebeu nenhum tipo de notificação do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC). A paciente também foi ouvida pelo secretário.
"Como foi algo que não aconteceu dentro da unidade de saúde, o mesmo foi advertido sobre ser inviável atender pacientes do SUS na própria residência. Ela também foi ouvida, orientada a procurar a delegacia se sentiu-se agredida. Não ocorreu dentro da unidade de saúde", ressaltou.
O secretário afirmou ainda que aguarda o encaminhamento dos autos para a prefeitura para que seja aberto um procedimento administrativo para apurar a conduto do psicólogo. "A secretaria não admite esse tipo de situação, a orientação dada a todos os profissionais é que o paciente deve ser atendido no local de trabalho, que é a unidade básica de saúde", concluiu.
Fonte: G1
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