Ações das companhias caem até 5,8%, com alta do petróleo devido ao conflito

As três principais companhias aéreas dos EUA interromperam voos para Israel após ataque do Hamas no fim de semana, assim como parte das empresas europeias. O governo israelense respondeu ao ataque com mais de 500 bombardeios, acirrando a tensão no Oriente Médio.

Delta Air Lines, United Airlines e American Airlines cancelaram os serviços para Tel Aviv, assim como as europeias Lufthansa, Air France-KLM e a low-cost Wizz.

"Aconselha-se aos operadores que tenham cautela", disse a Administração Federal de Aviação, agência reguladora nos EUA, em alerta às companhias aéreas americanas dos EUA. Segundo a agência qualquer retoma das operações deve levar em conta a segurança dos voos e a disponibilidade de combustível.

Apesar dos cancelamentos, as companhias aéreas suspenderam menos da metade de todos os voos para Tel Aviv até o domingo, com base em dados do Flightradar24.com. A israelense El Al Israel Airlines e as companhias aéreas regionais, como a Turkish Airlines, continuaram a oferecer voos, dando opções aos passageiros que desejavam sair do país.

British Airways e as companhias aéreas Emirates e FlyDubai, de Dubai, estavam entre as companhias aéreas que ainda voavam para Tel Aviv na segunda-feira.

O Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Tel Aviv, tem cerca de 300 partidas por dia normalmente, de acordo com dados do FlightRadar24. A rota mais popular é para Istambul, com 105 voos por semana, seguido por Larnaca, em Chipre, e Antália, na Turquia. Dubai, Atenas, Roma, Paris e Viena também estão entre os dez principais destinos dos israelenses.

Efeito na Bolsa

As rotas da América do Norte para Israel incluem voos da Air Canada, a partir de Toronto e Montreal; da Delta, a partir de Nova York, Boston e Atlanta; e da United, partindo de Washington, Nova York, Chicago e São Francisco. A American Airlines também voa de Nova York.

A Virgin Atlantic Airways, do Reino Unido, cancelou algumas rotas e disse que seu programa de voos para Tel Aviv está sob "revisão constante".

As ações das companhias aéreas caíram. O Bloomberg World Airlines Index, que reúne papéis de companhias aéreas, já teve baixa de até 1,5% nesta segunda-feira. O conflito está elevando o preço do petróleo e, consequentemente, do combustível de aviação, o maior gasto das companhias aéreas.

Centenas de pessoas fogem pelo deserto após ataque de extremistas ao sul de Israel — Foto: Reprodução/X

A controladora da British Airways, a IAG, liderou as quedas na Europa, com um recudo de até 5,8%, enquanto a Lufthansa perdeu até 4,3%. A Ryanair, que opera um voo para Tel Aviv, teve desvalorização de até 3,6%.

A Agência Europeia de Segurança da Aviação emitiu um Boletim de Informações sobre Zonas de Conflito para o espaço aéreo israelense. "Recomenda-se que os operadores aéreos garantam que uma avaliação de risco robusta esteja em vigor, juntamente com um alto nível de planejamento de contingência para suas operações e estejam prontos para instruções de curto prazo das autoridades israelenses", disse em comunicado.

Companhias asiáticas, como Air India e Cathay Pacific Airways, também disseram no fim de semana que suspenderiam voos para a Israel.


Fonte: O GLOBO