Considerada a porta de entrada da rede pública de saúde, atenção primária é essencial para vacinação, diagnósticos precoces e acompanhamento de doenças crônicas
— A APS é a porta de entrada da população no sistema de saúde. É muito importante para identificar doenças em estágios iniciais, permitir o acompanhamento de doenças crônicas, resolver problemas para que não cheguem à média e alta complexidade. Diversas internações podem ser evitadas com uma boa atenção primária — explica a pesquisadora do IEPS Helena Arruda, uma das responsáveis pelo documento.
O novo boletim avaliou três indicadores ligados à atenção básica com base em dados consolidados de 2021: a cobertura da população pelos serviços da APS; a cobertura vacinal contra a poliomielite e o percentual de pré-natal adequado.
Em relação à população alcançada pela APS, as melhores coberturas foram, respectivamente, no Nordeste e no Sul, com 87,1% e 83,4%. Já os números do Rio refletem o desempenho da região Sudeste, o pior do país, alcançando somente 69,3% da população. Em São Paulo, por exemplo, a cobertura foi de 63,2%, à frente apenas do Rio de Janeiro.
— O Sudeste como um todo tem um dos piores indicadores de atenção básica, mas o Rio de Janeiro teve também resultados muito ruins nos outros dois indicadores, então ele se destaca ainda mais— lembra Arruda.
Quase da metade da população do RJ está fora da atenção primária
Cobertura de atenção primária | |
Piauí | 99,9 |
Paraíba | 97,5 |
Tocantins | 96,9 |
Santa Catarina | 93,0 |
Sergipe | 90,8 |
Minas Gerais | 90,1 |
Maranhão | 89,6 |
Rio Grande do Norte | 86,7 |
Ceará | 86,7 |
Acre | 85,4 |
Bahia | 85,1 |
Amapá | 82,6 |
Mato Grosso | 82,4 |
Alagoas | 82,2 |
Mato Grosso do Sul | 82,0 |
Pernambuco | 81,3 |
Rio Grande do Sul | 81,0 |
Espírito Santo | 80,4 |
Paraná | 80,0 |
Amazonas | 78,0 |
Rondônia | 77,5 |
Goiás | 75,0 |
Roraima | 74,7 |
Pará | 68,6 |
Distrito Federal | 63,2 |
São Paulo | 63,2 |
Rio de Janeiro | 57,2 |
Já Roraima (44,1%) e Amapá (47,4%) estão entre os estados que apresentam menores percentuais na cobertura de pré-natal adequado além do Rio, não alcançando nem a metade dos nascidos vivos em 2021.
— Um exemplo muito importante da falta do pré-natal adequado é a sífilis. Quando você identifica que a mãe está infectada durante as consultas, é possível reduzir o risco de transmissão para o bebê significativamente com uma medicação relativamente barata — cita a pesquisadora do IEPS.
É também nas unidades de APS em que é realizada a vacinação, outro gargalo atualmente no país. Na análise da cobertura com as doses contra a poliomielite, o levantamento mostrou que nenhum estado alcançou a meta preconizada pelo Ministério da Saúde, de 95%.
Além disso, mais uma vez o Estado do Rio teve um dos piores desempenhos, com apenas 55,8% das crianças que fazem parte do público-alvo protegidas, acima apenas de Amapá (45,4%) e Roraima (51%).
Fonte: O GLOBO
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