Patrick Herminie foi preso e interrogado nesta sexta-feira, e seu escritório ter sido alvo de busca; líder da oposição no país, Herminie descreveu a operação como 'show político'

O líder do principal partido de oposição de Seicheles, um arquipélago no Oceano Índico, perto da costa leste da África, foi acusado nesta segunda-feira pelo Tribunal de Magistrados em uma investigação sobre suspeitas de “bruxaria”. Além dele, outras sete pessoas também foram acusadas.

Patrick Herminie foi indiciado após seu nome ter sido citado em uma conversa de WhatsApp de um homem da Tanzânia, preso em setembro deste ano, no Aeroporto Internacional do país, sob posse de objetos e documentos associados à bruxaria e que estariam em idiomas e símbolos descritos como "satânicos".

Na última sexta-feira, Herminie foi preso na sede do seu partido United Seychelles, e seu escritório foi alvo de busca. Ele também foi interrogado, informou a Seychelles News Agency. Além dele, os outros seis homens também foram levados sob custódia.

Os oito réus, intimados a comparecer no tribunal, são acusados de posse de objetos usados para fins de feitiçaria, conspiração por praticar feitiçaria, aconselhamento e procura de outra pessoa para solicitar conselhos ou qualquer outro assunto sobre o tema.

Ele foram libertados no mesmo dia após o pagamento de uma fiança no valor de US$ 2 mil (R$ 10 mil), enquanto o cidadão da Tanzânia continuou sob custódia. Apesar disso, os seichelenses e o líder da oposição deverão se apresentar novamente ao tribunal em 3 de novembro.

Na visão de Herminie, a operação da sexta-feira foi "um show político" orquestrado pelo presidente de Seychelles, Wavel Ramkalawan, para "eliminar aqueles que ele sabe que podem tirá-lo do poder nas eleições".

— Nunca na história de Seychelles, até agora, um líder de partido político foi preso por superstição e bruxaria. Isso é algo inédito e vergonhoso para o país — afirmou o político à Seychelles News Agency, citada pela AFP.

As investigações sobre bruxaria tiveram início após a descoberta de cadáveres — de uma mulher idosa e de um homem jovem — que teriam sido desenterrados de um cemitério na ilha principal de Mahe, em Seicheles, um arquipélago na África, em agosto deste ano.


Fonte: O GLOBO