Dos 12 corpos, apenas um foi liberado para a família na noite segunda-feira (30). Equipe da Rede Amazônica foi até o local do acidente.

Dois dias após o acidente aéreo que matou 12 pessoas em Rio Branco, ainda há muita fumaça. A equipe da Rede Amazônica esteve no local na manhã desta terça-feira (31) e registrou imagens que revelam, além dos destroços, queda de árvores e alimentos espalhados. É possível ver batatas, outros alimentos e utensílios. São pelo menos 20 minutos de caminhada até o ponto exato do acidente.


Árvores foram derrubadas e consumidas pelo fogo no local da queda do acidente — Foto: Eldérico Silva/Rede Amazônica Acre

O voo era particular, da empresa ART Taxi Aéreo, e decolou de Rio Branco com destino a Envira, no Amazonas. A aeronave modelo Caravan tinha capacidade para até 14 pessoas e caiu por volta das 7h21 no horário local (9h21 em Brasília), logo após a decolagem. O percurso ainda incluía uma parada em Eirunepé (AM).

A equipe de reportagem encontrou ainda o cenário de destruição, com muitos utensílios espalhados. Chama a atenção ainda a quantidade de alimentos que estavam no avião. Muitas árvores também foram consumidas pelo fogo, gerando uma clareira no meio da mata. As chamas consumiram o avião quase que por completo. (Veja o vídeo completo)

Os bombeiros conseguiram controlar as chamas após cerca de quatro horas, e a retirada de corpos foi iniciada.

Identificação dos corpos

O Instituto Médico Legal, ainda na noite de segunda-feira (30), liberou o corpo do dentista Jamilo Motta Maciel, de 27 anos. A identificação dele foi possível pela arcada dentária. A vítima era natural de Eirunepé, no Amazonas, e completaria 28 anos em 24 de dezembro.

Ao g1, o diretor-geral do Departamento de Polícia Técnico-Científica, Mário Sandro Martins, informou que nas próximas 48 horas outros sete corpos devem ser liberados também pela identificação da arcada dentária. Mas, enfatizou que todos devem passar também pelo exame de DNA.


Avião foi completamente consumido pelas chamas — Foto: Eldérico Silva/Rede Amazônica Acre

“A arcada dentária é uma técnica utilizada na identificação humana que a perícia criminal utiliza. Então, nós temos a impressão digital, a arcada dentária e o DNA. Nós estamos trabalhando, focando o DNA por quê? Porque o estado era muito difícil das vítimas. Mas, após essa análise minuciosa, vimos que dava para identificar pela arcada dentária.

É uma técnica comprovada, oficial, e você pode liberar o corpo com certeza de que pertence a aquelas pessoas. O DNA é a última fase, quando não dá nada, não consegue fazer por essas técnicas, você vai com o DNA. Mas, nesses casos, foi coletada a amostra de todas as vítimas e dos parentes, e vamos também fazer o exame DNA para comprovar, para ter mais um teste científico que aquelas vítimas são quem realmente são”, explica o diretor.

Clara Maria Monteiro, a criança de um ano e sete meses, que estavam com mãe, Ana Paula Melo, também já foi identificada, mas só deve ser liberada junto com o corpo da mãe.

“A questão do bebê foi até mais fácil, porque no local deu logo para verificar, individualizar pelo tamanho em si e tinha um bebê, mesmo pelo estado deu para verificar perfeitamente”, explica.


Emocionados, familiares das vítimas de voo que caiu e explodiu com 12 pessoas chegam ao Acre — Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica Acre

Começaram a chegar em Rio Branco, nesta segunda-feira (30), os familiares de quatro das 12 vítimas que morreram na queda de uma aeronave. Eles foram recebidos por uma equipe da Secretaria de Saúde do estado (Sesacre). Bastante emocionados, eles não falaram com a imprensa.

Na aeronave estavam seis homens, três mulheres e uma criança de 1 ano e 7 meses, além do piloto e do copiloto.

Martins disse ainda que foi feito uma reunião nesse domingo com os familiares das vítimas e área técnica do IML, e iniciada entrevista individual com cada parente para obter informações que auxiliem na identificação. “Com esse reconhecimento, nós podemos liberar esses corpos quando for possível, mas todos vão ter que passar pelo exame de DNA, já foram coletadas amostras desses corpos.”


Veja quem são os passageiros que estavam em voo que caiu no Acre — Foto: Reprodução/Arte g1

O diretor disse que alguns familiares das vítimas, que são de Eirunepé e Envira, no Amazonas, ainda estão chegando na capital acreana.

Fonte: G1