O presidente voltou a chamar o ataque do grupo palestino de "terrorista", mas afirmou que isso não justifica Israel matar "milhões de inocentes"

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta terça-feira a reação de Israel aos ataques terroristas do Hamas do dia 7 de outubro, que deu início ao atual conflito no Oriente Médio. Lula voltou a chamar a ação do Hamas de "terrorista", mas afirmou que isso não seria justificativa para Israel matar "milhões de inocentes".

— Não é porque o Hamas cometeu um ato terrorista contra Israel, que Israel tem que matar milhões de inocentes. Não é possível que as pessoas não tenham sensibilidade. Não é possível. Se a ONU tivesse força, a ONU poderia ter uma interferência maior. OS EUA poderia ter uma interferência maior. Mas as pessoas não querem, as pessoas querem guerra — afirmou o presidente.

Lula já havia classificado os ataques de 7 de outubro de terrorista, mas na semana passada, pela primeira vez, associou a definição ao Hamas. Na ocasião, chamou os ataques do Hamas de "terrorismo" e "ato de loucura" e a reação de Israel de "insana".

Lula afirmou que conversou sobre o tema com os chefes de estado de Israel, Palestina, Irã, Egito, Turquia, França, Emirado dos Árabes e com lideranças da União Europeia. E não citou o presidente dos EUA, Joe Biden.

O governo dos EUA vetou moção apresentada pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU, que pedia uma "pausa humanitária" dos conflitos em Gaza.

Lula comenta também os bombardeios de Israel e ataques do Hamas que tiveram crianças entre as vítimas:

— Não tem exemplo na humanidade, de guerra, em que quem morre mais é criança, que não está na guerra. E crianças dos dois lados, que nós não queremos que morra ninguém. Eu conversei com todo mundo, ainda falta conversar com Xi Jinping (China), com o presidente da África do Sul e com o presidente do Catar — disse.


Fonte: O GLOBO