Gilmara Furuno e Leandro Roberto de Oliveira visitam o filho no Educandário Santa Margarida duas vezes por semana, acompanhados por profissionais do abrigo.
Após quase dois meses desde que foi tirado dos pais por decisão judicial, o pequeno Arthur Gael, de 3 meses, continua no Educandário Santa Margarida, em Rio Branco. O bebê tem recebido visitas periódicas da mãe Gilmara Furuno e do pai Leandro Roberto de Oliveira, que são acompanhados por profissionais do abrigo.
Pelas redes sociais, a mãe compartilha com os amigos e familiares os encontros com o filho, que parece ter ganhado bastante peso e estar bem. Ela também recebe várias mensagens de apoio e força para que consiga superar a distância do bebê.
A criança foi levada do Hospital Santa Juliana no dia 17 de agosto após os pais serem denunciados por maus-tratos e abandono pela direção da unidade de saúde. A criança estava internada com baixo peso.
“Nós estamos realizando as visitas regularmente dentro do calendário da instituição [Educandário], estamos mantendo esse contato com o nosso bebê, tem sido importante manter e nutrir esse vínculo parental, principalmente para o Arthur, pois nos primeiros meses de vida é necessário esse afeto, esse contato.
Todas as decisões tomadas são em prol do bem-estar do Arthur Gael, do que é melhor para ele. Quanto a nós, estamos aguardando a próxima decisão Judicial. Sobre o processo, eu sou limitada falar sobre, pois está em segredo de justiça”, afirmou Gilmara.
Ao g1, o coordenador de Planejamento do Educandário, Eduardo Vieira, informou que a criança está bem e, por enquanto, ainda não há previsão de nova decisão judicial sobre o caso.
“Ele está se desenvolvendo bem, se alimenta muito bem, ganhou peso, então realmente está uma criança ativa e que responde bem aos estímulos. Ele recebe visita dos pais duas vezes na semana, sempre acompanhados pela psicóloga. Todas as crianças, quando não estão impedidas pelo juizado, a gente estimula a relação com a família”, disse Vieira.
Visitas liberadas
No dia 12 de setembro, a Justiça do Acre decidiu pela permanência de Arthur Gael no abrigo por mais 30 dias. A decisão foi da Vara da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC).
Ainda na decisão, foi acolhida a manifestação do Ministério Público do Acre (MP-AC), que pediu que os pais tenham contato com a criança por meio de visitas guiadas por funcionários do abrigo, e que eles tenham acompanhamento psicológico.
Com relação às lesões encontradas no bebê, foi determinada a realização de um exame de corpo de delito complementar porque, segundo a Justiça acreana, não ficaram esclarecidas as causas.
Além disto, duas pessoas da família extensa foram direcionadas para realizar um relatório a fim de avaliar se os pais podem permanecer com a criança.
Os pais, familiares e equipe médica que atendeu o menino foram ouvidos no dia 4 de setembro em audiência na Vara da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), que durou cerca de 10 horas.
Bebê tem recebido visitas periódicas dos pais em abrigo de Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal
O Ministério Público do Acre, através da 3ª Promotoria de Defesa da Criança e do Adolescente de Rio Branco, falou que tomou a decisão baseada nos depoimentos dos profissionais de saúde que atenderam a família e os próprios pais da criança durante a audiência de instrução e julgamento.
"O objetivo é garantir o bem-estar e a retomada do peso do bebê, que está sendo acompanhado por cuidadores e profissionais da saúde. Por se tratar de um caso complexo, sensível e que apresenta fatos sigilosos, não é possível fornecer maiores detalhes sobre o processo. É importante destacar que tanto o MP-AC, quanto o Poder Judiciário e órgãos da saúde, estão empenhados para oferecer a melhor situação para a criança", disse o MP em nota na época.
Denúncia contra casal
O casal foi denunciado por abandono e maus-tratos pelo Hospital Santa Juliana, em Rio Branco. A criança estava internada na unidade de saúde com baixo peso e foi levada para o educandário por determinação da Justiça.
Na época, o TJ-AC disse que a decisão foi baseada nos laudos e informações médicas apresentadas pelo hospital e o Conselho Tutelar, que apontavam situação de risco em decorrência de suposto abandono, estando em quadro de desnutrição e desidratação extremo.
A denúncia foi assinada pelo diretor administrativo do Hospital Santa Juliana, que não se pronuncia sobre a situação. Os pais da criança iniciaram uma campanha nas redes sociais para recuperar a guarda do bebê.
Fonte: G1
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