Depois de várias consultas com o cirurgião e exames, o médico chega à conclusão: "vamos ter que operar o senhor”.

— Tem certeza, doutor? Não dá para tomar um remédio e as pedras da vesícula se dissolverem? —Responde o paciente.

Seu medo maior é a anestesia geral, necessária no procedimento.

A cena descrita acima ainda é comum. Mas desnecessária. O médico anestesista tem uma formação sólida, são seis anos na faculdade de Medicina e mais três anos de residência médica ou especialização, em que o médico passa por várias provas e cursos específicos (anestesia na criança, no idoso, em cirurgia cardíaca, em anestesia para neurocirurgia etc). 

São mais de 30 cursos e treinamentos específicos em todas as áreas da cirurgia e de procedimentos invasivos. Várias provas e mais e mais treinamento sob supervisão de outros anestesistas e professores.

O médico anestesista, portanto, tem uma formação sólida de conhecimentos teóricos e práticos, que garantem ao paciente uma confiança de que ele está de fato preparado para lidar com qualquer tipo de situação.

No Brasil, há ainda uma peculiaridade interessante. Temos uma resolução do Conselho Federal de Medicina (2174/2017) que define todo o passo a passo do cuidado anestésico dispensado ao paciente, desde a visita ou consulta pré-anestésica, passando pelo cuidado intraoperatório e cuidado na sala de recuperação pós-anestésica. Ainda prevê os equipamentos, materiais e cuidados que o paciente deve receber para ser submetido a uma anestesia, desde uma sedação simples até anestesia geral, passando ainda pela raqui ou peridural.

Estas regras são de conhecimento amplo dos médicos anestesistas e dos profissionais relacionados ao seu cuidado em todos os hospitais do Brasil.

Quando o paciente é submetido a uma cirurgia, o contato com o anestesista tem de começar pela avaliação ou consulta com o médico anestesista antes de ir para o centro cirúrgico, preferencialmente realizadas em consultório, onde há oportunidade e tempo para uma boa conversa para tirar dúvidas. O anestesista também examina o paciente e mostra as técnicas de anestesia adequadas para o caso. Irá também mostrar dados e informações para que o paciente tenha ciência de tudo o que cerca a anestesia e os cuidados que serão tomados. Esse cenário só não cabe, claro, em casos de urgências com risco de vida.

Chegando no centro cirúrgico, ou em outro local onde serão realizados procedimentos que necessitem de anestesia, como endoscopia, colonoscopia, exames invasivos, entre outras possibilidades, é iniciada a monitorização com eletrocardiograma contínuo, medidas de pressão arterial através de aparelhos automáticos, medida da saturação de oxigênio, monitor de medida da temperatura, e outros relacionados à anestesia geral - monitores que medem e avaliam a respiração, os batimentos cardíacos e a função fisiológica do seu coração , monitores que permitem conhecer o grau da anestesia no cérebro, entre outros aparelhos que conseguem auxiliar o anestesista a avaliar quase que batimento a batimento cardíaco todas as informações que o organismo tem ao interagir com a cirurgia e anestesia.

O médico anestesista vai então puncionar a veia e administrar soro e medicamentos para manter e suprir as necessidades básicas até transfundir sangue, dar antibióticos, fazer analgésicos, fazer e manter anestesia. Em resumo , é ele que cuida de todas as necessidades enquanto o cirurgião realiza a cirurgia ou procedimento.

Portanto, o médico anestesista faz as funções de vários especialistas para garantir o cuidado. E não há dúvidas de que se trata de um médico muito preparado para atender às urgências.

Fique tranquilo. O médico anestesista está apto a cuidar de você sob qualquer condição, e se tem algo na medicina que ficou seguro nos últimos anos, foi a anestesia, escolhida como a especialidade que mais se envolveu com a segurança do paciente. Trata-se da especialidade que mais contribuiu para aumentar a segurança na cirurgia.

Pode confiar no seu médico anestesista!


Fonte: O GLOBO