Três linhas estão completamente paralisadas e não há previsão para retomada do serviço; Metrô disse estudar "medidas legais" para conter o protesto

Passageiros do Metrô que tentam embarcar em estações das linhas 2 (Verde) e 3 (Vermelha) do Metrô na manhã desta quinta-feira, feriado de Nossa Senhora Aparecida, foram surpreendidos com trens circulando com velocidade reduzida e espera de mais de 30 minutos nas plataformas. Nas Linha 1 (Azul) e 15 (Prata) a circulação foi completamente interrompida. O motivo é um protesto do Sindicato dos Metroviários contra advertências que funcionários da empresa teriam recebido do Metrô.

Às 11h30, o Centro de Controle de Operações (CCO) informou que todas as estações da Linha 1 (Azul) deveriam ser esvaziadas e lacradas. Mesmo no feriado, com o movimento menor de passageiros, a situação foi caótica: como chove na cidade, na estação Paraíso (linhas 1 e 2), por exemplo, os passageiros se concentram nas saídas em busca de transporte por aplicativo. As tarifas no aplicativo Uber estavam muito acima do normal. Uma viagem que sairia normalmente por R$ 9 estava custando mais de R$ 40 por volta do meio-dia.

O sistema emergencial Paese, em que ônibus fazem o trajeto do Metrô, foi anunciado no mesmo horário, mas ainda não começou a operar. Não há previsão de normalização do serviço.

De acordo com o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, o Metrô deu advertências escritas para operadores de trens que se recusaram a dar um treinamento para outros funcionários, o que, ainda segundo o sindicato, seria uma retaliação à greve ocorrida no último dia 3. Esse treinamento, conforme o GLOBO apurou com servidores do Metrô, seria para que em casos de emergência ou de greves, houvesse outros funcionários aptos a operar os trens. Os operadores teriam se recusado a realizar o treinamento e, por isso, teriam sido advertidos.

Metrô foi surpreendido, diz nota

Em nota, o Metrô informou que foi surpreendido, sem qualquer aviso prévio, "por uma ação do Sindicato dos Metroviários, que mais uma vez prejudica a população com pautas de interesse próprio e sem diálogo". A empresa ainda destacou que estuda tomar medidas legais para resolver a situação.

"A ação, que impacta o funcionamento regular das linhas administradas pelo Metrô, Linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata, é um protesto a uma advertência por escrito dada pelo Metrô a 5 operadores de trem em virtude da negativa reiterada destes cinco profissionais de desempenhar as suas atribuições. Eles se negam a participar da formação e da aula prática ofertada a outros empregados que estão sendo treinados para a função de operação de trem, procedimentos que fazem parte da rotina dos metroviários", explicou a empresa na nota, que diz que não houve suspensão ou demissão de funcionários.


Fonte: O GLOBO