Em entrevista ao Panorama Esportivo, o Baixinho, que é candidato à presidência do America, também falou sobre Gabigol, Neymar e futebol árabe

Na semana passada, Romário recebeu o blog em sua casa, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A pauta era a sua candidatura à presidência do America, já que a eleição acontece no próximo dia 9 — a parte da entrevista sobre esse assunto será publicada em breve. Mas a conversa acabou indo por outros rumos. O ex-jogador e senador da República falou sobre a final da Libertadores, seleção brasileira, Gabigol, Neymar e futebol árabe.

Como candidato a presidente do America, você se espelha em algum dirigente ou existe alguém a quem não queira ser igual?

Não tenho ninguém em que me espelhe e muito menos alguém que eu fale esse "cara é ruim". Eu vou tentar ter a sabedoria de escolher profissionais que sejam capacitados e modernos. E quando falo modernos independe de idade. Eu conheço um moleque de 20 anos que está no futebol trabalhando e é bem antigo, como eu conheço uns que têm 60 e 70 anos e trabalham de uma forma bem moderna, minimizando tempo e fazendo as coisas andarem. 

O grupo que vou colocar lá no America, eu espero que Papai do Céu me dê uma luz para eu ter essa sabedoria para dar certo. Hoje, tanto da situação quando da oposição, existem pessoas muito capacitadas dentro do America. E eu tenho certeza que eu vou ter a sabedoria para escolher.

Quem vai levar a Libertadores, Fluminense ou Boca Juniors?

Quem deve levar é o Fluminense. Argentino que se f*, esses filha da p*. É isso, e Boca vai tomar no c*. Sou Fluminense desde que nasci (figura de linguagem, ele é torcedor do America). Eu joguei no Fluminense, sou carioca, tenho um carinho (pelo clube), é a torcida mais charmosa que eu tive a oportunidade de conhecer, é o melhor time e é o que merece mesmo.

E o Fernando Diniz na seleção brasileira, ele está bem?

Na verdade, é o seguinte, primeiro quero parabenizar o Ednaldo (Rodrigues), que é presidente da CBF, escolheu bem para c* o Diniz. É o melhor treinador que a gente tem. Ele não tem tempo de fazer na seleção o que ele faz no clube, que é o forte dele, é treinamento, é juntar esses jogadores, ele faz o que pode. Empatou e perdeu esses últimos dois jogos, ninguém ganha sempre. Mas posso afirmar que, na minha opinião, na minha humilde opinião, a seleção brasileira está em ótimas mãos com o Diniz.

Romário campeão da Série B do Campeonato Carioca, em 2009, com o América — Foto: Marcelo Theobald/Extra/Agência O Globo

E o Ancellotti?

Que se f* o Ancelotti, eu quero ele (Diniz) até o final.

Você acha que o Gabigol vai ser o novo Romário?

É muito difícil fazer comparação. Foi até bom você falar do Gabigol. O Gabriel nos últimos dois anos tem jogado muito fora da posição na qual ele se consagrou como um dos ídolos da história do Flamengo. Se ele não voltar a jogar como antes, principalmente agora que o tempo vai passando e ele tem mais de idade, ele vai continuar se f*. Ou ele volta a ser aquele cara lá da área pra fazer o gol ou ele vai ficar correndo errado aí, infelizmente.

Falta um pouco de Romário nele, no sentido de postura, de dizer que quer jogar na posição onde vai render?

Eu não sei se é postura. Claro que se ele, no entendimento dele, estiver se sentindo bem jogando onde ele está jogando, que é p* nenhuma, é um direito dele. Agora, se eu fosse ele repensava. Se eu fui o que eu fui, ganhei o que eu ganhei, fiz os gols que eu fiz jogando em uma posição e estou jogando errado, vou voltar para jogar (na posição original). 

E nessa posição que eu estou te falando que ele jogava, ele poderia até ser titular. Nessa que ele está jogando não vai ser titular em lugar nenhum, nem no Flamengo. Ele está jogando errado.

O atacante brasileiro de Hilal, Neymar, fala com seu técnico, o português Jorge Jesus durante um treino no Estádio Azadi, em Teerã, em 2 de outubro de 2023, na véspera da partida de futebol do Grupo D da Liga dos Campeões da AFC entre Nassaji Mazandaran do Irã e Al-Hilal da Arábia Saudita. — Foto: ATTA KENARE/AFP

E sobre esse boom do futebol árabe e todo mundo indo para lá?

Se fosse eu já teria ido. Já teria ido para c*. Tem que ir mesmo. O jogador de futebol tem de 10 a 15 anos no auge e tem que aproveitar ao máximo da parte financeira. Vai mesmo, f*-se. Principalmente aqueles que não têm nenhum sonho de ser o melhor do mundo e essas coisas. E é isso, tem que ir mesmo.

Mas e o Neymar, que também quer ganhar uma Copa do Mundo?

Hoje o futebol da Arábia, quem disser que não é de alto nível está enganado. Tem lá uns 12 times que têm no mínimo quatro grandes jogadores do futebol mundial. Não é um nível da Europa, mas não deixa de ser alto nível, isso na minha opinião. E com tudo isso e ganhando pra c*, todos têm que ir mesmo.


Fonte: O GLOBO