Nutriente tem papel essencial na coagulação do sangue e na manutenção da saúde dos ossos
Quais são os tipos de vitamina K?
O grupo de nutrientes conhecido como vitamina K é dividido em três formas, segundo o Conselho Europeu de Informação sobre Alimentos (EUFIC, da sigla em inglês):
- Vitamina K1: Também conhecida como filoquinonas, é a mais abundante nos alimentos e encontrada principalmente naqueles de origem vegetal;
- Vitamina K2: Também conhecida como menaquinonas, é produzida por bactérias e leveduras e pode ser encontrada principalmente em produtos de origem animal, como carne, queijo e ovos. É produzida também pelas bactérias que vivem no intestino;
- Vitamina K3: Também conhecida como menadiona, é a forma sintética da vitamina encontrada em suplementos.
A vitamina K2, também chamada de menaquinona, é um nutriente utilizado na produção de diversas proteínas no corpo humano necessárias para a coagulação do sangue, como a protrombina. Esse mecanismo é o responsável por interromper um sangramento ao coagular o líquido no local do ferimento, o transformando num estado sólido e impedindo uma hemorragia.
Essa é a principal função da vitamina, tanto que seu nome “K” vem do alemão “koagulation”, mas não é a única. Outras proteínas que precisam do nutriente para serem produzidas são as responsáveis por garantir a saúde dos ossos. É o caso da osteocalcina, que se liga ao cálcio para promover a mineralização e a densidade óssea adequada, evitando fraturas e quadros de osteoporose.
Segundo a Cleveland Clinic, nos Estados Unidos, embora a vitamina K1 e a K2 exerçam as mesmas funções, um benefício da K2 é que ela permanece por mais tempo no organismo.
Onde se encontra a vitamina K2?
A vitamina K2 é mais presente em produtos de origem animal, enquanto a K1 é mais abundante naqueles de origem vegetal.
Alguns alimentos ricos em vitamina K2 são:
- Carne bovina;
- Frango;
- Nattō (soja fermentada);
- Queijo;
- Ovos.
- Vegetais de folhas verdes escuras (como espinafre, alface, repolho, couve, couve-de-bruxelas, brócolis e couve-flor);
- Óleos de sementes e vegetais (como soja, colza e azeite);
- Molhos para salada feitos com óleo de soja ou canola.
As frutas não são uma fonte significativa de vitamina K2. Apenas a vitamina K1 pode ser encontrada em frutas e, mesmo assim, apenas em algumas específicas, como mirtilos e figos.
Quais são os riscos da falta de vitamina K2?
O consumo recomendado de vitamina K no geral para adultos saudáveis, inclusive durante a gravidez e a amamentação, é de em média 70 mcg por dia. A falta de vitamina K pode afetar a coagulação sanguínea e aumentar o risco de ferimentos e sangramentos. Além disso, pode impactar no risco de fraturas ósseas.
A deficiência de vitamina K2, assim como da K1, é bem rara. A maioria da população consegue obter a quantidade necessária por meio da alimentação. Além disso, a K2 é produzida por determinadas bactérias no intestino e absorvida pelo corpo.
O quadro de deficiência ocorre geralmente em pessoas com problemas de saúde gastrointestinais que afetam a absorção de nutrientes, como doença celíaca e doença de Crohn. Também pode ocorrer em indivíduos que estejam em uso de antibióticos, devido aos medicamentos diminuírem a população de bactérias que produzem a vitamina K no intestino.
Outro cenário possível é quando o recém-nascido não recebe uma injeção de vitamina K ao nascer. A dose é indicada internacionalmente e pelo Ministério da Saúde nas primeiras 6 horas após o nascimento. Isso porque o nutriente não é passado pela mãe durante a gestação e também não está presente em grandes quantidades no leite materno.
O procedimento é importante: segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), recém-nascidos que recebem a injeção de vitamina K têm um risco 81 vezes menor de desenvolver um sangramento grave quando comparado aos que não recebem a dose.
Quais são os sintomas da falta de vitamina K2 no corpo?
Segundo a Universidade de Harvard, alguns sintomas da falta de vitamina K são:
- Tempo mais longo para o sangue coagular ou um “tempo de protrombina” prolongado (medida que pode ser avaliada em exame laboratorial);
- Sangramentos excessivos;
- Hemorragias;
- Osteopenia ou osteoporose.
A suplementação de vitamina K é indicada apenas em casos de deficiência do composto. No entanto, não há riscos associados ao excesso para a população geral. A exceção é no caso de indivíduos que precisam de medicações anticoagulantes, como a varfarina. Isso porque, devido ao papel da vitamina na coagulação, ela pode interferir na ação do remédio, que busca justamente reduzir a formação de coágulos.
Fontes: Ministério da Saúde; Cleveland Clinic; Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC); Conselho Europeu de Informação sobre Alimentos (EUFIC, da sigla em inglês); Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) e Universidade de Harvard.
Fonte: O GLOBO
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