Números da varejista, que está em recuperação judicial, serão fundamentais para investidores e credores entenderem a real situação financeira da companhia

A Americanas adiou para a próxima quinta-feira, dia 16, a divulgação de seus resultados financeiros relativos aos anos de 2022 e 2021. A previsão era de que a divulgação do balanço aconteceria nesta segunda-feira, após alguns adiamentos.

A empresa disse que ainda não foi possível cumprir todo o rito interno de aprovação previsto na governança. No domingo, segundo fontes, a diretoria esteve em reuniões o dia inteiro.

No comunicado, a varejista disse que foi vítima de uma fraude sofisticada e muito bem arquitetada, o que tornou a compilação e análise de suas demonstrações financeiras históricas “uma tarefa extremamente desafiadora e complexa”.

“Por conta disso, apesar do trabalho de elaboração de 2021 e 2022 já estar finalizado e dos procedimentos de auditoria de ambas terem sido substancialmente concluídos, ainda não foi possível cumprir todo o rito interno de aprovação previsto na governança da companhia", completa a nota.

A varejista está em recuperação judicial, depois que o ex-presidente Sergio Rial, que ficou apenas nove dias no cargo no início deste ano, anunciou inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões. As dívidas da varejista chegam a R$ 42,5 bilhões.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Americanas, na Câmara dos Deputados, também apontou que bilhões de reais em contratos de financiamento bancário, através do mecanismo de risco sacado (ou forfait, operação que consiste no financiamento de fornecedores pelos bancos) estavam fora do balanço ou contabilizados indevidamente.

A Justiça do Rio de Janeiro determinou, na semana passada, que a Americanas continue pagando R$ 300 mil mensais à empresa CCC Monitoramento, para monitorar os números da empresa. O objetivo é evitar que executivos e funcionários da varejista mantenham condutas com potencial para prejudicar os credores, envolvidos na recuperação judicial da firma. A Americanas acusa ex-diretores pelas fraudes.


Fonte: O GLOBO