A Polícia Militar foi acionada para o resgate, mas após a análise das imagens optou por não proceder com a prisão em flagrante

A pedagoga Patrícia Rocha, moradora de Brasília, foi surpreendida na última segunda-feira (06) quando chegou para buscar seu filho Leonardo, um bebê de um ano, em uma creche de Brasília, e encontrou o menino trancado em uma sala sem luz, cheia de baratas. Segundo relatos de vizinhos da escola, ele estava chorando há pelo menos meia hora.

Ao chegar na creche no horário combinado, às 19h, Patrícia ouviu o choro e encontrou as portas trancadas. A Polícia Militar foi acionada, localizou a criança e a levou, junto da mãe, até a delegacia para registrar a ocorrência. Um vídeo gravado por Patrícia foi anexado ao sistema para auxiliar na investigação.

— Minha esposa encontrou ele trancado sozinho, tinham vários vizinhos já lá na porta escutando o choro do neném. Resolveram todos arrombar a porta para salvá-lo e encontraram ele largado em um carrinho, num sala escura e cheia de barata. Uma coisa nojenta. — disse Davi Nascimento, pai da criança.

Segundo a Secretaria de Educação, a creche teve seu pedido de credenciamento indeferido em 18 de outubro de 2018. A família pretende acionar o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDF) e entrar com uma ação judicial contra a creche por falso testemunho.

A delegada responsável pelo caso, após análise inicial, concluiu que não houve intenção dolosa ou sinais de ferimentos na criança, e optou por não proceder com a prisão em flagrante. O caso segue sob investigação preliminar para esclarecer as circunstâncias e responsabilidades relacionadas ao incidente.

— A funcionária responsável alegou que ele estava dormindo. Então ela simplesmente saiu, trancou tudo e largou ele lá dentro. Precisamos nos mobilizar para fechar essa instituição. Pais, tirem seus filhos enquanto há tempo — desabafou o pai nas redes sociais.

Em nota à imprensa, a creche Educa Mais afirmou que a criança “não passou mais de cinco minutos sozinha e que a direção agiu com prontidão, ordenando imediatamente que os portões fossem arrombados e que a criança fosse amparada, felizmente, sem qualquer ferimento”.

“No episódio em questão, a criança encontrava-se desacompanhada por aproximadamente cinco minutos em um espaço sem que tenha sido notada a sua ausência pelos nossos funcionários. Assim que tivemos conhecimento desse ocorrido, a direção agiu com prontidão, ordenando imediatamente que os portões fossem arrombados e que a criança fosse amparada, felizmente, sem qualquer ferimento”, disse a instituição.


Fonte: O GLOBO