Craque do tricolor gaúcho não jogou em estádios com gramado sintético no Brasileiro nem no estadual
Tivesse mandado o jogo em casa, no Estádio Nilton Santos, o Botafogo não teria de enfrentar o craque uruguaio Luis Suárez na partida contra o Grêmio, pelo Brasileiro. O atacante evita atuar em estádios com gramado sintético, como o do Engenhão. Em 2023, ficou de fora dos confrontos contra Palmeiras e Athletico, mandantes de jogos em campos artificiais no Brasileiro, e contra o São José, pelo estadual.
O técnico gremista, Renato Portaluppi, confirmou que o camisa 9 "dificilmente jogaria" no Nilton Santos porque "não gosta e não pode", em razão de um problema no joelho. No entanto, na noite desta quinta-feira, o Botafogo cedeu a arena para o primeiro show do grupo mexicano RBD e levou a partida para São Januário. Com isso, Suárez foi para o jogo — e saiu dele com um hat-trick, na virada do tricolor gaúcho por 4 a 3 contra o time carioca.
A derrota fez o atual líder do Brasileirão perder de vez a vantagem que já tinha sido de 13 pontos para os rivais (embora ainda tenha um jogo a menos na tabela e dependa só de si mesmo para levar o título).
— Ele [Suárez] não gosta e não pode de jogar em gramado sintético. Mas aí é decisão do clube [Botafogo], que estava com gordura grande, você acha que ninguém vai encostar, resolve fazer show, mas o pessoal começa a encostar. (É um) Problema do Botafogo, prefiro ficar fora, mas no Nilton Santos ele provavelmente não jogaria — afirmou Renato, em coletiva de imprensa após o jogo.
Abaixo, os jogos em que Suárez poderia ter atuado, mas nem sequer foi relacionado, sem uma explicação clara dada à época:
Campeonato Gaúcho
- Rodada 2: Não enfrentou o São José, pelo Gauchão
- Rodada 5: Não foi relacionado para enfrentar o Palmeiras (Grêmio perdeu por 4 a 1)
- Rodada 8: Não foi relacionado para enfrentar o Athletico na Arena da Baixada (o Grêmio venceu por 2 a 1)
- Rodada 33: Não seria relacionado se o jogo fosse no Nilton Santos, mas jogou em São Januário e foi decisivo marcando três gols na vitória por 4 a 3 sobre o Botafogo
— Ele não gosta de jogar nesse tipo de campo e faz um esforço muito grande a cada três dias. As chances de ele se lesionar aumentam, principalmente na grama artificial. Por isso tenho resguardado ele. Se eu pudesse jogar só em gramado natural, eu preferia - afirmou, ao site mineiro.
Virada do Grêmio repete vexame contra Palmeiras
Um filme de terror sendo passado repetidas vezes. É o que virou o segundo turno do Brasileiro para o Botafogo. Rodada após rodada, o sofrimento é o mesmo. E, após nova derrota por 4 a 3, agora para o Grêmio, o time vê mais um rival se igualar em pontos. O título fica cada vez mais difícil.
A torcida, por sua vez, perdeu totalmente a paciência, como ficou claro pelos gritos de “sem vergonha” no fim do jogo. Até jogadores antes eram exaltados, como o goleiro Lucas Perri, foram vaiados. O técnico Lucio Flavio foi o mais atacado.
Liderado por Suárez, que marcou três gols, o Grêmio se juntou ao Palmeiras e ao próprio Botafogo com 59 pontos. Os alvinegros, com um jogo a menos, seguem na ponta pelos critérios de desempate. Mas parecem sem forças para se manter lá por mais tempo. No próximo domingo, visitam o Bragantino para tentar acabar com a série de quatro derrotas seguidas e cinco jogos vencer.
Assim como contra o Palmeiras, o Botafogo começou melhor e deu a impressão de que enfim venceria. Nos primeiros cinco minutos, controlou o jogo e não deixou o Grêmio jogar. Foi premiado com a boa jogada de Diego Costa, que dominou bola levantada por Hugo e finalizou entre as pernas do goleiro Grando.
O Grêmio ensaiou acordar. E só precisou de três minutos para empatar. Everton Galdino passou entre Cuesta e Hugo para deixar tudo igual. Estes primeiros minutos serviram para resumir o Botafogo na partida: perigoso na frente, mas com muitas falhas atrás.
Aos 28, Junior Santos aproveitou rebote de Grando em novo chute perigoso de Diego Costa e devolveu a vantagem no placar para o Botafogo. Na volta do intervalo, já no primeiro minuto, foi a vez de Marlon Freitas ampliar. Ele iniciou a jogada com Di Placido e infiltrou para receber de volta e concluir.
Festa em São Januário e a sensação na torcida de que o drama ficou para trás. Só esqueceram de combinar com a defesa alvinegra.
A entrada de Ferreirinha na etapa final clareou o ataque gremista, instável no primeiro tempo. Era o que faltava para Suárez brilhar. O uruguaio só precisou de 19 minutos para mudar o cenário.
Aos 4, ele recebeu de Ferreira totalmente livre de marcação e fuzilou o gol de Perri. Aos 8, nas costas da marcação, recebeu um belo passe de Ferreira e não perdoou. Por fim, aos 23, tabelou com Villasanti na entrada da área e concluiu na saída do goleiro alvinegro. Mais um show do uruguaio. Para os alvinegros, um pesadelo sem fim.
Fonte: O GLOBO
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