A Livance, que oferece consultórios compartilhados a profissionais da saúde e cobra por minutos de uso, recebeu um novo investimento de R$ 65 milhões. O dinheiro permitirá à companhia crescer de 14 para 30 unidades dentro de dois anos com foco nos mercados onde já atua (São Paulo e Rio), disse à coluna o CEO e cofundador Claudio Mifano.

O aporte foi liderado pela gestora Monashees e acompanhado por fundos que já investiam na Livance, como Cadonau Investimentos e Terracotta Ventures. A startup não informou em quanto foi avaliada com o novo cheque. Até então, a companhia já havia levantado R$ 38 milhões junto a investidores, sendo grande parte (R$ 30 milhões) em rodada ocorrida em 2021.

Fundada em 2017, a Livance é frequentemente chamada de “WeWork para médicos”. A companhia oferece a um rol de profissionais que abrange também psicólogos e nutricionistas espaço para consulta, acrescido de uma camada de serviço. A mensalidade de R$ 296 dá direito a uma linha telefônica própria, um site personalizado, uma ferramenta de agendamento online, cartões de visita e um espaço para co-working. Quando o paciente chega, a Livance cobra do médico um valor adicional pelo uso do consultório, a um preço que varia de R$ 0,70 a R$ 1,60 por minuto.

‘Otimização de custos’

Seus clientes são profissionais da saúde que não querem ou não podem arcar com os custos fixos que um espaço próprio impõe, como aluguel e secretária. A mensalidade permite que o profissional atenda em qualquer uma das unidades da Livance — flexibilidade atraente para uma nova geração de médicos que captam pacientes nas redes sociais e desejam atender em mais de uma cidade da ponte-aérea.

A companhia mantém 11 endereços em São Paulo, 2 no Rio (em Botafogo e na Barra da Tijuca) e um em Campinas (SP), mas a clientela vem de 11 estados diferentes, observou Mifano.

— O consultório próprio representa um custo fixo muito alto e, muitas vezes, fica grande parte do dia ocioso. O profissional em início de carreira tem dificuldade para fechar a agenda, o cirurgião passa metade do dia no hospital etc. A solução da Livance otimiza esse custo — afirmou o CEO.

A companhia diz ter 6 mil “assinantes” e dobrar de tamanho anualmente, mas não informa seu faturamento.

“O setor de saúde passa por um momento onde a pressão de custos é alta. Modelos como os da Livance trazem benefícios para os profissionais de saúde e para o paciente de uma maneira mais eficiente, beneficiando o sistema”, explicou, em nota, Caio Bolognesi, da Monashees.


Fonte: O GLOBO