Presidente do PT se posicionou a favor do parlamentar após áudio divulgado mostrar o próprio abordando o tema na Câmara; PF investiga se o deputado operou esquema em seu primeiro mandato

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR) saiu em defesa do deputado federal André Janones (Avante-MG) após a divulgação de áudios em que o parlamentar aparece conversando com assessores sobre uma eventual vaquinha com parte de seus salários para financiar campanha eleitoral. Gleisi disse que o deputado "tem todo direito de se defender das acusações lançadas contra ele".

De acordo com os áudios, Janones queria fazer uma vaquinha com os assessores de seu gabinete para juntar pelo menos R$ 200 mil, que seriam usados na campanha eleitoral de 2020. Nos áudios, divulgados pelo portal Metrópoles, os valores seriam retirados direto do salário dos funcionários. Ainda na conversa, gravada por um ex-assessor do político, Janones garante que a operação de juntar mensalmente parte do salário dos subordinados seria legal e não se trataria de uma "rachadinha".

O deputado se manifestou sobre a proposta em suas redes sociais nesta terça-feira e afirmou que o pedido foi feito ainda antes de se eleger, para pessoas que ainda não trabalhavam em sua equipe. Ele negou ainda que tenha colocado a sugestão em prática, já que a ideia foi "vetada" por sua advogada.

A defesa de Gleisi ocorre em meio a uma intensa campanha de bolsonaristas nas redes sociais promovendo ataques contra o aliado. Nas postagens, a oposição sugere pedidos de cassação e prisão, e também ironizam sobre o caso.

"A extrema-direita não perdoa André Janones por sua atuação política. Janones tem todo direito de se defender das acusações lançadas contra ele. Quem tem histórico de rachadinhas, fakenews e desvio de dinheiro público são os que hoje atacam o deputado. Estamos solidários com ele na evidência da verdade", publicou a presidente do PT.

Investigado desde 2021

Desde 2021, a Polícia Federal investiga um suposto esquema de "rachadinha" no gabinete quando assumiu seu primeiro mandato, dois anos antes. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), nesta terça-feira, foram encaminhadas ao órgão novas representações sobre o tema que também serão autuadas e analisadas pela Assessoria Criminal.


Fonte: O GLOBO