Território palestino ocupado por Israel vive escalada desde início do conflito Israel-Hamas
Uma incursão de Israel na Cisjordânia deixou oito palestinos mortos em Jenin, nesta quinta-feira, segundo o Ministério de Saúde palestino, citado pela al-Jazeera. A região é administrada pela Autoridade Nacional Palestina (ANP), mas vive sob ocupação israelense desde 1967. Com isso, sobe para 173 o número de palestinos mortos na Cisjordânia desde o início da guerra Israel-Hamas, iniciada no dia 7 de outubro. O Hamas e a Jihad Islâmica condenaram o ataque.
Ainda segundo a agência, pelo menos 14 pessoas ficaram feridas durante o ataque à região e ao campo de refugiados de mesmo nome, onde moram 23 mil pessoas segundo a ONU. Em outros locais, o Exército de Israel tem andado de casa em casa e realizado amplas varreduras atrás de possíveis combatentes armados.
Em um comunicado, o grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, condenou o ataque e afirmou que a incursão não abrandará o ímpeto dos palestinos de "Gaza à Cisjordânia".
"A ocupação que sofre uma derrota em Gaza sofrerá também uma derrota em Jenin e não conseguirá vencer a força de vontade do nosso povo, de Gaza à Cisjordânia. A resistência é um estado de espírito que nos atravessa e atravessa o nosso povo. Continuaremos a enfrentar os ocupantes [israelenses] até à vitória e à libertação", afirmou o grupo em declaração citada pela al-Jazeera.
A Jihad Islâmica, que atua sobre a Cisjordânia mas também está presente em Gaza, chamou os ataques de "bárbaros e brutais", alegando que as incursões servem para velar o "fracasso" israelense no enclave palestino:
"Os ataques bárbaros e brutais contra a Cisjordânia confirmam a falência do inimigo e a sua vontade constante de matar para encobrir seu fracasso em conseguir qualquer ganho no terreno em Gaza".
A Cisjordânia está sob controle militar de Israel, que ocupa a região desde 1967. No território vivem cerca de 3,2 milhões de pessoas, acima dos pouco mais de 2,3 milhões da Faixa de Gaza, porém abaixo dos cerca de 9 milhões de Israel.
Jenin, por sua vez, é considerado há muitos anos o berço da resistência de grupos armados palestinos à ocupação. Israel classifica o local como um "centro terrorista". Em maio, o exército do país efetuou sua maior operação no campo em vários anos, que terminou com vários palestinos mortos e feridos, incluindo combatentes e menores de idade. Um soldado israelense também morreu, atingido por engano por um tiro de seus colegas de tropa durante a operação.
Escalada do conflito
A região vive uma escalada do conflito Israel-Hamas. Desde 7 de outubro, data do ataque do grupo terrorista que matou 1.400 pessoas em território israelense, as forças de segurança de Israel intensificaram as operações na Cisjordânia, em regiões como a Judeia, Samaria e o campo de refugiados Jalazone.
Além dos mortos, mais de 1.020 pessoas já foram presas pelo Exército de Israel durante varreduras e buscas, desde o início da guerra. As Forças Armadas israelenses afirmam que os detidos eram procurados na região e que mais de 700 "eram associadas ao Hamas". O número de palestinos presos sobe para 1,5 mil, segundo a al-Jazeera.
Em resposta, palestinos protestam nas ruas, entre cartazes com imagens dos "mártires" colados nos muros, em uma recordação das décadas de conflito entre judeus e palestinos. A violência impulsiona ainda uma nova geração de grupos armados, que parecem agir de forma independente em relação às facções políticas improtantes, como o próprio Hamas, a JIhad Islâmica ou o Fatah.
Fonte: O GLOBO
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