Paulo Henrique da Costa Brito, de 21 anos, foi gravemente ferido e perdeu a visão de um dos olhos ao ser atingido com um murro no rosto pelo empresário Adriano Vasconcelos Correa da Silva.
O inquérito que apura a agressão contra o professor Paulo Henrique da Costa Brito, de 21 anos, durante uma discussão em um bar no Centro da cidade de Brasileia, no interior do Acre, no dia 3 de outubro, deve ser concluído até o dia 29 deste mês. Esse é o objetivo do delegado Erick Maciel, responsável pela investigação do caso.
Ao g1, Maciel informou que Brito está em Rio Branco, onde deve fazer exame de corpo de delito. Segundo delegado, o exame será decisivo para determinar a gravidade das lesões sofridas pelo professor. A reportagem tenta contato com Brito, e aguarda retorno.
Além do exame, Maciel também informou que ainda falta ouvir o professor, pois nas duas datas marcadas ele não pôde comparecer.
“O Paulo Henrique está em Rio Branco para fazer exame de corpo de delito, para sabermos a gravidade dessa lesão. Na verdade, já sabemos, mas é preciso o exame. No mais, eu já tentei ouvi-lo duas vezes e ele não pôde, vou ver se conseguem fazer a oitiva dele em Rio Branco e me mandar”, explicou.
O delegado também informou que já ouviu testemunhas e o empresário Adriano Vasconcelos Correa da Silva, de 47 anos, apontado como responsável pela agressão. O g1 não conseguiu com a defesa do empresário.
“Falta apenas ouvi-lo [Brito], já ouvimos testemunhas, parece que não foi nem o Paulo Henrique o pivô da situação, mas sim um senhor que estava lá bebendo. Ele [Silva] também já foi ouvido. Eu quero terminar esse inquérito até o dia 29 de novembro, no máximo. Então, vou ver com o Paulo se fazemos a oitiva dele ainda hoje”, acrescentou.
Marcas para o resto da vida
Poucos dias após o caso, Brito contou ao g1 que tenta se readaptar à nova condição e que lembra apenas de alguns flashs do momento da agressão. O agressor estava com um copo de vidro na mão que quebrou no rosto da vítima.
A agressão foi ao lado de uma viatura da Polícia Militar e registrada por câmeras de segurança. Paulo contou que teve cortes profundos no olho e precisou retirar o globo ocular esquerdo, perdendo a visão. Professor mediador de crianças atípicas, ele definiu o suspeito como bárbaro e disse não entender o motivo da violência. No dia do acontecido, ele tinha acabado de sair do trabalho, quando resolver parar no bar para tomar um chopp com amigos.
Paulo Henrique da Costa Brito, de 21 anos, foi gravemente ferido perdeu a visão do olho esquerdo — Foto: Arquivo pessoal
“Chegou um hippie vendendo os artesanatos dele quando a equipe do bar chegou expulsando o rapaz e eu vendo aquilo me incomodei e pedi para a equipe do bar não tratar ele daquela forma. Chamei o rapaz para sentar na minha mesa, tanto que o hippie foi lá, sentou, ainda tomou uma cerveja comigo e aí enquanto a gente estava tomando uma cerveja, eu, sinceramente não lembro dessa história de cuspe, mas fiquei sabendo que teve um cuspe, que disseram que esse foi o pivô para o bate-boca entre minha mesa e o casal que estava do lado, tanto que é o que está explícito na imagem”, disse.
O professor relembra que neste momento houve um desentendimento entre ele e um casal que estava incomodado com a presença do hippie. Segundo ele, não conhece o andarilho, apenas de vista, mas que o fato de como estavam tratando ele o incomodou.
Protesto
Com cartazes e gritos de ordem, moradores de Brasiléia pediram justiça por Paulo Henrique da Costa Brito — Foto: Reprodução
O caso gerou indignação em Epitaciolândia, onde Brito reside, e moradores fizeram um protesto por conta da agressão. Com cartazes e gritos de ordem, familiares e amigos de Brito se juntaram aos moradores para pedir justiça. O agressor, identificado como o empresário Adriano Vasconcelos Correa da Silva, de 47 anos, foi preso em flagrante, passou por audiência de custódia um dia após o caso e foi solto após pagar R$ 10 mil de fiança.
A mãe do jovem participou do protesto, e disse estar indignada com o caso. Segundo Maria Juliana Andes da Costa, o filho é uma boa pessoa, e não costuma se envolver em confusões. Ela espera que o agressor, indiciado por lesão corporal grave, seja devidamente punido.
“Eu, como mãe, estou me sentindo muito mal. Porque meu filho não merecia essa tragédia horrível que esse homem fez com ele. Porque meu filho não mexe com ninguém, não merecia uma tragédia dessa. Um homem de quarenta e poucos anos fazer isso com meu filho, de apenas 21 anos. Ele tem que fazer bem para os outros, não o mal.
Agora eu pergunto: por quê? Meu filho perdeu a visão, está na sala de cirurgia, e eu não sei o que vai acontecer. Agora, por nada. Ele fez isso com meu filho, é uma barbaridade, cruel. Por isso queremos vê-lo na cadeia, e a Justiça vai fazer o que tem que fazer, para ele nunca mais fazer isso com o filho de ninguém”, declarou.
Fonte: G1
0 Comentários