Kiev abriu uma investigação sobre tentativa de homicídio
O site de notícias ucraniano Babel informou na terça-feira que Marianna Budanova, mulher de 30 anos de Kyrylo Budanov, chefe da diretoria de inteligência militar (GUR) da Ucrânia, estava recebendo cuidados no hospital após um suposto ataque.
Citando fontes de inteligência não identificadas, Babel disse que Kiev abriu uma investigação sobre o que descreveu como “tentativa de homicídio”.
Uma fonte que falou sob condição de anonimato disse à AFP que o relato era verdadeiro, acrescentando que Budanova foi envenenada, mas se recusou a dar mais detalhes.
Babel informou que as substâncias encontradas no corpo da mulher “não são utilizadas na vida normal ou em assuntos militares”.
“A presença deles pode indicar uma tentativa deliberada de envenenamento”, afirmou.
Marianna Budanova e Kyrylo Budanov — Foto: Reprodução/Facebook
O veículo de imprensa também disse que “vários” outros funcionários do GUR estavam sendo tratados por suspeita de envenenamento.
Budanova, que é conselheira do prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, teria sido hospitalizada depois que sua condição piorou. As autoridades acreditam que o veneno foi administrado através da comida, informou o site de notícias Ukrainska Pravda.
Assassinatos não são inéditos na guerra da Ucrânia. Várias autoridades pró-Rússia e apoiadores da invasão da Ucrânia por Moscou foram assassinados desde que a Rússia lançou o seu ataque em grande escala, em fevereiro do ano passado.
Tentativas de assassinato
As autoridades também dizem ter frustrado “mais de 10” tentativas de assassinato de Budanov ao longo de sua carreira. A sua influente unidade de inteligência militar é considerada responsável por vários ataques de sabotagem contra a Rússia que ocorreram em paralelo às linhas da frente do conflito.
Moscou acusou o GUR de estar por trás das explosões de outubro de 2022 na ponte Kerch, que liga a Rússia à península anexada da Crimeia.
Budanov disse, em agosto, que a sua mulher vivia com ele “no seu escritório” e não tinha deixado o lado dele desde o início da invasão da Ucrânia por motivos de segurança.
Em entrevista à Elle Ucrânia, Marianna afirmou que ela e o marido foram para o gabinete nas horas anteriores à invasão do país e desde então não retornaram para casa.
— Serei honesta: não tive medo nem pânico. Como esposa de um militar que foi ferido três vezes (dois ferimentos moderados e um grave), eu estava mentalmente preparada para qualquer cenário. Você tem que entender que quase não houve tempos de paz para minha família — destacou ela.
Fonte: O GLOBO
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