Embarcações de 2 mil toneladas foram equipadas com sensores, armas e sistemas de comunicação avançados

Navios de guerra israelenses chegaram nesta terça-feira ao Mar Vermelho, mostram imagens divulgadas pelas Forças de Defesa de Israel. Mais de dois anos após receber a primeira embarcação, em abril, a Marinha do país havia declarado a frota de corvetas Sa’ar classe 6 – encarregadas de proteger os campos de gás e as rotas marítimas do país – operacional.

O anúncio de Israel foi feito no mesmo dia em que a milícia huthi, que governa o norte do Iêmen, reivindicou um ataque com mísseis balísticos e “um grande número de drones” contra a cidade turística de Eliat, no sul israelense, em resposta ao bombardeio militar na Faixa de Gaza. As embarcações Sa’ar foram fotografadas patrulhando áreas próximas ao porto da cidade, no Mar Vermelho.

Sensores, armas e comunicação

De acordo com o jornal “Times of Israel”, quando foram entregues pela primeira vez, no final de 2020, e ao longo de 2021, os navios eram essencialmente capazes apenas de navegar. Desde então, foram equipados com sensores, armas e sistemas de comunicação avançados. Em abril, três dos quatro navios haviam sido declarados "totalmente operacionais" – e o último, entregue em agosto de 2021, “muito próximo” desta fase.

Ao todo, cada navio levou dois anos para alcançar o estágio, tempo relativamente rápido para os padrões das Marinhas. A título de comparação, a classe anterior de corveta, a Sa’ar-5, levou cerca de 10 anos para atingir esta fase. Mesmo em menor tempo, agora os navios são muito maiores e mais poderosos do que os anteriores. E aparecem menos no radar, graças aos avanços tecnológicos.

As corvetas Sa’ar classe 6 de Israel foram batizadas de INS “Magen” (escudo); “Oz” (valor); “Atzmaut” (independência) e “Nitzahon” (vitória). Cada uma possui cerca de 2 mil toneladas e 80 marinheiros. Os sistemas incluem uma versão modificada do sistema Iron Dome, conhecido como C-Dome, bem como os sistemas de mísseis Gabriel V e LRAD, o último dos quais pode abater mísseis de cruzeiro e balísticos.

A mídia israelense enfatiza que a Marinha de Israel, responsável pela defesa das plataformas de gás e dos seus navios, também tem a tarefa de identificar e destruir ameaças em potencial, ainda que a maior parte dos ataques a inimigos sejam feitos pela Força Aérea. Em 2021, por exemplo, um navio de guerra Sa’ar da classe 4.5 identificou um drone iraniano, que mais tarde foi abatido por caças F-35.

Numa guerra, o plano geral da Marinha seria realizar um bombardeamento massivo contra os sistemas de armas inimigos, que poderiam ser usados contra as plataformas de gás, a fim de destruir a maioria deles. A decisão de comprar os Sa’ar-6, porém, gerou uma investigação de corrupção em Israel envolvendo importantes empresários locais, incluindo contatos próximos do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.


Fonte: O GLOBO