Justiça aceitou denúncia contra Judney de Andrade Alves e deu prazo de 10 dias para ele apresentar defesa. Vítima foi achada enterrada em cova rasa no mês passado no terreno onde acusado mora.
O caseiro Judney de Andrade Alves, de 34 anos, acusado de matar e enterrar Maria de Jesus Rocha França, de 51 anos, foi denunciado por homicídio qualificado por feminicídio, recurso que impossibilitou a defesa da ofendida e ocultação de cadáver. A Vara Criminal da Comarca de Senador Guiomard aceitou a denúncia e ele passa a ser réu no processo.
A vítima foi encontrada enterrada em uma cova rasa, no dia 19 de outubro, no Ramal do Jacaré, zona rural de Senador Guiomard, interior do Acre. Maria foi brutalmente assassinada com diversas perfurações no tórax, abdômen e pescoço. Em seguida, foi jogada em um barranco próximo da casa do suspeito e enterrada.
Ao aceitar a denúncia, o juiz Romário Divino Faria deu um prazo de 10 dias para o acusado apresentar defesa à denúncia. O g1 não conseguiu contato com a defesa de Alves até última atualização desta reportagem.
Segundo a denúncia do Ministério Público do Acre (MP-AC), no dia 18 de outubro, pela manhã, a vítima, após conversar com o denunciado, aceitou ir até a casa dele. Chegando ao local, o homem, de posse de uma faca, desferiu vários golpes contra a ela.
Na sequência, o acusado jogou o corpo da vítima em um barranco próximo à casa dele e depois foi à casa de um vizinho tomar café. Já no período da tarde, o homem ligou para sua irmã informando que havia “matado um homem” e pedindo para que ela fosse buscá-lo. Mas, a irmã disse que não iria, pois não acreditou que ele teria matado alguém.
No dia seguinte, a irmã do acusado foi até a casa dele e constatou que o corpo da vítima estava jogado em um barranco, escondido embaixo de folhas de embaúba. Depois, ela e o marido, retornaram à zona urbana, se reuniram com familiares e, então, decidiriam acionar a polícia.
“O crime foi praticado mediante recurso que dificultou e/ou impossibilitou a defesa da vítima, pois ela foi atacada de surpresa, sorrateiramente, não podendo esperar a ação violenta. Ademais, o homicídio foi praticado contra mulher, por razões da condição do sexo feminino, visto que o denunciado e a vítima mantinham um relacionamento amoroso”, declarou a promotora Eliane Misae Kinoshita, na denúncia.
A Polícia Civil solicitou um laudo pericial para saber se a mulher foi vítima de abuso sexual. No processo ainda não consta resultado desse laudo.
Conforme ficha de antecedentes criminais, Alves já responde outros processos, como de roubo, com utilização de violência e de grave ameaça.
Mulher foi morta a facadas e enterrada em cova rasa no interior do Acre — Foto: Arquivo/Bombeiros
Homem confessou crime
Ao ser preso em flagrante, o homem confessou o crime e relatou que a vítima teria furtado galinhas na propriedade onde ela morava e trabalhava como caseiro. Mas, o delegado da cidade, Rômulo Carvalho, disse que iria apurar essa versão.
A polícia recebeu denúncia pela manhã do dia 19 de outubro informando que uma mulher tinha sido morta e enterrada no local, foram feitas buscas e o próprio suspeito foi ouvido e negou a situação. Como nada foi encontrado, os policiais deixaram o local, mas, horas depois voltaram a receber notícia mais detalhada sobre o fato e, então, conseguiram localizar onde a vítima estava.
O corpo estava em uma cova rasa, no final da ribanceira e com algumas folhas camuflando o local. Os bombeiros foram acionados para fazer a remoção do cadáver.
Em seguida, os policiais fizeram buscas pelo suspeito, que foi encontrado em um bar na localidade. Alves foi preso em flagrante e levado para a delegacia, onde confessou o crime.
Fonte: G1
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