O glúten está presente em alimentos mais calóricos, como os pães, e ricos em farinha e açúcar

A influenciadora digital, Virgínia Fonseca, 24 anos, revelou que está em uma nova dieta. Dessa vez sem glúten, proteína encontrada em cereais como trigo, aveia e cevada, e sem lactose (principal carboidrato do leite). Ela dividiu o novo cardápio com seus seguidores pelas redes sociais e disse que já consegue sentir uma diferença em seu corpo, mas que está sentindo muita vontade de comer doce.

"Estou no segundo dia de dieta e estou me sentindo tão leve que, por mais que eu queira muito comer doce, eu não quero", disse a influenciadora.

As pessoas acreditam que pelo glúten estar presente em alimentos mais calóricos, como os pães, e ricos em farinha e açúcar, tirá-lo do dia a dia pode ser bom, porém não é.

Especialistas afirmam que tirar o glúten da dieta não é recomendado. Apenas pessoas com determinados tipos de problema, como: a alergia à proteína (doença celíaca), ou uma irritação intestinal, falha na memória ou transtornos psiquiátricos, como TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade) é que não devem ter uma alimentação inflamatória, ou seja, rica em farinha branca, e que contém glúten, pois pode contribuir para a piora do quadro.

Um estudo realizado por pesquisadores das universidades de Harvard e Columbia, nos EUA, mostra que quem não tem problemas com o consumo de glúten na verdade pode estar fazendo mal ao próprio coração ao evitá-lo. Os cientistas analisaram dados de dois grandes levantamentos sobre os hábitos de vida e condições físicas de mais de 172 mil profissionais de saúde americanos, homens e mulheres, realizados entre 1986 e 2012, dos quais cerca de 110 mil deles passaram dos critérios de exclusão da pesquisa.

Com base nos questionários sobre alimentação que eles responderam periodicamente no período de acompanhamento dos levantamentos, os participantes foram divididos em cinco grupos separados entre os que ingeriam de mais a menos da proteína. Esta informação foi então cruzada com a ocorrência de infartos, fatais ou não, em cada grupo. Os resultados apontaram que enquanto no conjunto que menos consumia glúten houve uma incidência de 352 episódios para cada 100 mil pessoas-ano, no grupo que mais ingeria a proteína ela ficou em 277 a cada 100 mil pessoas-ano.

“Nossos achados, porém, mostram que a restrição ao glúten não traz qualquer benefício, pelo menos do ponto de vista da saúde cardíaca, para pessoas sem doença celíaca. Na verdade, estas pessoas podem sofrer prejuízos se seguirem uma dieta de baixo glúten que seja particularmente pobre em grãos integrais, já que estes grãos parecem ter um efeito protetor contra doenças do coração”, afirmou Benjamin Lebwohl, diretor de pesquisas clínicas do Centro de Doença Celíaca da Universidade de Columbia e líder do estudo.


Fonte: O GLOBO