Big tech americana está diversificando suas operações fora da China, país que continuará sendo o maior produtor dos aparelhos
Apple e seus fornecedores pretendem fabricar mais de 50 milhões de iPhones na Índia anualmente nos próximos dois ou três anos, com dezenas de milhões de unidades adicionais planejadas depois desse período, de acordo com pessoas envolvidas citadas pelo The Wall Street Journal.
A Apple está diversificando suas operações fora da China, trabalhando com parceiros de montagem e fabricação de componentes em outros países. Se os planos forem concretizados, a Índia será responsável por um quarto da produção global do iPhone e aumentará sua participação até o fim da década. Mesmo assim, a China continuará sendo o maior produtor de iPhone.
A Apple é uma das empresas preocupadas com a dependência excessiva da China para transferir partes de suas cadeias de suprimentos para outros lugares, na maioria das vezes para o Sudeste e o Sul da Ásia, aponta o WSJ, lembrando que os esforços diplomáticos dos EUA e de seus aliados para bloquear o acesso de Pequim à tecnologia avançada e fortalecer os laços com Nova Délhi aceleraram essa tendência.
A Apple vem aumentado gradualmente sua dependência da Índia nos últimos anos, apesar dos desafios, incluindo a infraestrutura precária e as regras trabalhistas restritivas que muitas vezes dificultam a realização de negócios do que na China.
Entre outras questões, os sindicatos mantêm sua influência mesmo em estados favoráveis aos negócios e estão resistindo a um esforço das empresas para obter permissão para jornadas de trabalho de 12 horas, que os fornecedores da Apple consideram úteis durante os períodos de crise.
Apesar dos desafios, a Apple e seus fornecedores geralmente acreditam que o impulso inicial para a Índia foi bem-sucedido e estão preparando o terreno para uma expansão maior, dizem pessoas envolvidas na cadeia de suprimentos.
Nova fábrica do Tata Group na Índia
Um desses fornecedores, o Tata Group, planeja construir uma das maiores fábricas de montagem de iPhone da Índia, aproveitando as ambições da gigante americana de aumentar a produção no país do sul da Ásia.
Segundo reportagem da Bloomberg, a Tata quer construir a fábrica em Hosur, no sul do estado de Tamil Nadu. A instalação provavelmente terá cerca de 20 linhas de montagem e empregará 50 mil trabalhadores dentro de dois anos, segundo fontes, que não quiseram ser identificadas por discutir planos não anunciados. A meta é que o local esteja operacional em 12 a 18 meses.
A fábrica reforçaria os esforços da Apple para localizar sua cadeia de fornecimento e fortalecer sua parceria com a Tata, que já possui uma fábrica de iPhone adquirida da Wistron Corp., no estado vizinho de Karnataka.
O conglomerado indiano tomou outras medidas para aumentar os seus negócios com a Apple e expandir-se para além dos seus negócios tradicionais, que vão do sal ao software. Ela acelerou as contratações em suas instalações existentes em Hosur, onde produz gabinetes para iPhone, ou invólucros metálicos. A Tata também disse que lançará 100 lojas de varejo focadas em produtos Apple. Por sua vez, a Apple abriu duas lojas na Índia e planeja mais três.
Subsídios do governo indiano
Os subsídios ligados à produção do primeiro-ministro Narendra Modi estimularam os principais fornecedores da Apple, como o Foxconn, sediada em Taiwan, e a Pegatron, a crescerem na Índia. Isso ajudou a Apple a montar mais de US$ 7 bilhões em iPhones no país no ano fiscal anterior, aumentando a participação do país na produção do dispositivo para cerca de 7%. O restante é montado na China, que até poucos anos atrás fabricava todos eles.
A nova fábrica deverá ser de tamanho médio entre as fábricas de iPhone em todo o mundo. Provavelmente seria maior do que a que a Tata adquiriu à Wistron, que emprega mais de 10.000 pessoas, e menor do que as maiores instalações da Foxconn na China, que empregam centenas de milhares de pessoas.
A Apple e a Tata provavelmente poderiam convencer o governo a conceder subsídios para a nova fábrica, já que se espera que ela inicie a produção no momento em que os incentivos financeiros anteriores apoiados pelo Estado expirarão.
Fonte: O GLOBO
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