Ata diz que expectativas de inflação ainda estão “desancoradas”, e pede cumprimento de metas fiscais e continuidade das reformas em 2024
O Banco Central praticamente descartou a possibilidade de, pelo menos no curto prazo, acelerar o ritmo de corte de taxa de juros na Ata do Copom, divulgada nesta terça-feira. Havia uma parte do mercado que acreditava que, talvez no ano que vem, o BC fosse aumentar o corte para 0,75 ponto percentual . Essa expectativa se deve ao fato de diante da queda inflação a redução dos juros não teve efeito de diminuir os juros reais, que continuam muito altos.
No item 13, o Banco Central diz que "as expectativas de inflação seguem desancoradas e isso é um fator de preocupação". Ou seja, o Banco Central considera que as expectativas da inflação ainda não estão na meta para os próximos anos. Essa é a visão da autoridade monetária, apesar de as projeções serem todas muito próximas da meta. O Banco Central afirma que há a necessidade de uma " atuação firme da autoridade monetária, bem como o contínuo fortalecimento da credibilidade e da reputação tanto das instituições como dos arcabouços fiscal e monetário que compõem a política econômica brasileira."
A ata volta a repetir que nas próximas reuniões o corte vai ser 0,50 ponto percentual. Portanto, vai ter um corte 0,50 em janeiro e outro de 0,50 em março, o que vai levar a taxa de juros hoje em 11,75% ao ano para 10,75% ao ano no fim do primeiro trimestre de 2024.
O BC faz, no entanto, uma análise muito positiva de um ponto fundamental para todos os indicadores do mercado financeiro que é a situação Internacional. A autoridade monetária avalia que o cenário externo melhorou muito, que aumentaram as chances de um pouso suave da economia americana. O que significa que há mais espaço para o corte juros nos EUA, o que é um fator importante para a evolução da Taxa Selic por aqui. Mas reafirma que continuará atento à evolução da inflação, apesar do cenário externo estar mais benigno.
Outro recado da ata é que é preciso continuar perseguindo as metas fiscais e que os esforços pelas reformas estruturais não podem esmorecer, após a aprovação da Reforma Tributária.
Fonte: O GLOBO
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