Luiz Roberto Cunha explica que combinação de fatores que levaram a queda do índice não voltará a acontecer
A combinação de safras recordes, economia externa retraída e melhora no câmbio não se repetirá em 2024, assim como não há nenhuma perspectiva de deflação no IGP-M como a registrada em 2023. O recuo de 3,18% do indicador - a maior deflação de janeiro a dezembro registrado pela série história iniciada em 1989 pelo FGV Ibre - é um resultado completamente fora da curva e não terá repeteco, diz o economista Luiz Roberto Cunha, professor da PUC-Rio.
- Assim como as altas recordes registradas no ápice da pandemia - de 23,14%, em 2020, e de 17,78%, em 2021 - essa deflação também não se repetirá. Em 12 meses do ano, houve deflação em sete meses do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) que tem maior peso no indicador. Ou seja, foi um ano muito atípico. Não há como se repetir todas as variáveis que levaram a esse resultado. No câmbio, por exemplo, o dólar pode não subir mais para R$ 5,40, mas não vai cair a R$ 4,30.
Soja, milho, trigo e minério de ferro, que tem grande peso sobre o IPA, aponta Cunha, já registram alta. Em dezembro, milho subiu 11,30%, minério de ferro, 4,73% e soja 2,03%. No ano, no entanto, o IPA também registrou a sua maior retração, de 5,60%.
-A deflação do indicador este ano de alguma forma compensa o que ocorreu em 2020 e 2021, quando cresceu 31,73% e 20,57% respectivamente.
Fonte: O GLOBO
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